Tecnologia
A IQS Executive Education organizou a Webinar "Tecnologia, humaniza ou desumaniza?", com o objetivo de analisar os limites da tecnologia e a sua relação com a humanidade.
19-08-2021
Numa viagem temporária em que analisou os conceitos de humanidade e tecnologia, o webinar teve um impacto especial nas revoluções tecnológicas e na forma como os avanços tecnológicos coexistiram com a humanidade.
Desde o início da nossa história, humanos e tecnologia formaram um binómio inseparável forjando a nossa forma de ser e relacionando-nos com o mundo, sendo a tecnologia um elemento indispensável para nos definirmos como uma espécie.
Mas a tecnologia em si nunca nos humanizou ou desumanizou, sendo apenas uma ferramenta para expressar a nossa forma de ser. Atualmente, vivemos a quarta revolução industrial, inundada pelo excesso de informação e pela hiperestimulação que o mundo digital nos dá, onde apesar do aumento da quantidade das nossas ligações, a qualidade das nossas relações como seres humanos diminuiu drasticamente.
Conectamo-nos com muitas pessoas, mas sem ligações ou tempo de qualidade. A mensagem para Rafat é clara, a inteligência artificial está destinada a ser a tecnologia que pode re-humanizar as nossas relações como seres humanos.
Tecnologia como diferenciadorTal como a tecnologia é uma ferramenta que contribui para melhorar as nossas vidas, é também um elemento diferenciador e desequilibrado, que gera cada vez mais dependência e impacto, tanto no tecido social como económico como no futuro do planeta.
Estamos imersos na chamada quarta revolução industrial, em que os avanços gerados pela inovação e pela tecnologia têm uma velocidade sem precedentes e transformaram a forma como nos relacionamos.
Com o desenvolvimento crescente de tecnologia inteligente, como chatbots ou recomendações automáticas de conteúdo, a sociedade está mais desligada do que nunca. Na era da informação e da conectividade, as relações entre as pessoas mudaram para sempre.
Como resultado da hiperestimulação, os nossos cérebros sofrem uma sensação constante de falta de tempo, bem como a necessidade de saciar a nossa ansiedade com novas e estimulantes entradas. A incapacidade de se concentrar e estar presente, diz Marc Rafat, leva a laços mais superficiais e a relações de menor qualidade, tanto a nível pessoal como profissional.
A inteligência artificial está destinada a ser a ferramenta da mudança. Sendo uma espada de dois gumes com a capacidade de nos isolarmos completamente da sociedade, tem o potencial de re-humanizar as nossas relações, ajudando-nos a dar sentido a este excesso de informação em que nos estamos a afogar.
Com a IA podemos reduzir o tempo que gastamos na tecnologia acelerando ou eliminando tarefas sem valor, aumentando a nossa capacidade como seres humanos, e deixando mais tempo livre para as nossas relações como seres humanos. Na medicina, por exemplo, a IA ajudará os médicos a passar menos tempo em frente ao computador e mais tempo a falar com o paciente. A tecnologia não humaniza nem desumaniza, mas podemos usá-la para resumanizar a nossa sociedade.