Tecnologia
A inteligência artificial já atingiu todos os elementos do sector das viagem.
07-02-2019
Graças à inteligência artificial, chegar a um destino está a tornar-se mais fácil. Por exemplo, este ano, o Google Flights começou a prever atrasos e anunciá-los antes das próprias companhias aéreas. Até onde podemos ir com a inteligência artificial? Neste artigo publicado no Hotel-online, Natasha Prats, gerente de produto da Travel Tripper, analisa como algumas marcas do setor fazem uso da IA
PLANIFICAÇÃO DA VIAGEM E DA PESQUISA De acordo com uma pesquisa realizada pela Booking.com, quase um terço dos viajantes sentir-se-ia à vontade para permitir que um computador planeasse a sua próxima viagem com base em informações de seu histórico de viagens. Ao usar IA, as marcas ligadas às viagens podem criar recomendações personalizadas com base numa série de preferências exclusivas.No início de 2018, o TUI Group e o serviço de planeamento de viagens da Utrip AI uniram-se para criar um serviço personalizado de planeamento de viagens.
Esta sofisticada ferramenta on-line pede que os viajantes avaliem as suas preferências de acordo com diferentes categorias, incluindo "Natureza e aventura", "Gastronomia", "Compras" ou "Relaxar". Além disso, inclui filtros adicionais, como "Viagem com", "Estilo de viagem" ou "Propósito da viagem", que ajudam para refinar ainda mais as coisas. O algoritmo Utrip AI analisa milhões de combinações possíveis e oferece um itinerário diário para toda a viagem. Além disso, os viajantes podem adicionar ainda mais atividades ao itinerário fornecido pela ferramenta, para a poderem personalizar ao máximo.
Por outro lado, a Personality Hotels, uma cadeia de hotéis boutique em São Francisco, USA, também usa a Utrip para oferecer o seu próprio serviço de planeamento de itinerários. A interface é diferente, mas o objetivo é o mesmo.
Não há dúvida de que esta ferramenta é muito útil para famílias e viajantes de negócios com tempo limitado para organizar uma viagem. Não só elimina a necessidade de realizar pesquisas meticulosas, mas também localiza atividades atraentes e experiências que de outra forma teriam passado despercebidas.
«Só poderemos captar mais por turista se oferecermos alternativas, novos produtos e compartilharmos com eles experiências únicas »
RESERVAS DE HOTEL
O cancelamento das reservas é um dos grande problema para os hotéis. Um relatório recente sobre as tendências das reservas na Europa assegura que as taxas de cancelamento estão a aumentar: apenas um em cada vinte viajantes que reserva a concretiza.
Os hóspedes fazem perguntas aos chatbots e assistentes virtuais e recebem informações sobre os serviços do hotel, recebem conselhos sobre a cidade, verificam as tarifas mais recentes e até reservam um quarto. E eles podem
faze-lo por exemplo, conectando-se ao hotel através do Facebook, Messenger ou WhatsApp.
E se o chatbot não puder responder a uma pergunta, será transferido para um membro da equipe do hotel. Graças à IA, o chatbot pode aprender essa nova resposta e não requerer interação humana na próxima vez.
Ao automatizar as consultas dessa maneira, os hotéis podem fornecer suporte ao cliente instantaneamente através de uma plataforma com a qual os clientes já estão familiarizados.
Por sua vez, isso pode ajudar a aumentar as taxas de conversão e, assim, aliviar parte do trabalho para a recepção já sobrecarregada.
ASSISTENTES NO QUARTO
Mas os chatbots e assistentes de voz vão além da reserva, e já também estão a entrar nos quartos.
Estão a tornar-se mais sofisticados, podendo melhorar a experiência no hótel, respondendo às perguntas dos hóspedes, fazendo solicitações e oferecendo recomendações em tempo real.
Algumas empresas já oferecem mordomos virtuais, como o Edward do Edwardian Hotels ou a Rose, da Cosmopolitan Las Vegas. Além disso, a Amazon e a IBM lançaram recentemente seus próprios assistentes específicos para o setor hoteleiro, que tem o potencial de revolucionar a experiência do hóspede. Ainda não conhece o Watson, e o educado assistente da IBM?
PULSEIRAS ELETRÓNICAS
Há alguns anos, a Disney apresentou o Disney MagicBand para permitir que os usuários não ficassem nas longas filas nos parques, comprassem comida e lembranças, e entrassem no quarto do hotel da Disney sem ter que usar a chave.
Com tecnologia similar, a Meliá Hoteles lançou suas próprias pulseiras eletrônicas, que permitem que os hóspedes, além de abrir os quartos, paguar com facilidade os serviços do hotel. Embora isso não seja uma novidade, o que é diferente nas pulseiras da Meliá é poderem ser usadas para fazer pagamentos em lojas próximas com as quais a Meliá tenha acordo, incluindo Starbucks ou Mango.
Este sistema de pagamento sem dinheiro é um claro benefício para os hóspedes, especialmente, em hotéis em áreas de praia.
Mesmo assim, o maior benefício para a Meliá é que suas pulseiras permitem acompanhar as compras dos hóspedes.
Isso ajuda a criar perfis de hábitos de consumo para lançar campanhas de marketing e ofertas futuras para os seus clientes.