Tecnologia

COVID-19 impulsiona digitalização dos meios de pagamento

Um relatório da Minsait Payments revela que estamos a viver um momento de transição que se caracteriza por uma maior convivência de múltiplos meios de pagamento

02-02-2021

COVID-19 impulsiona digitalização dos meios de pagamento

Um relatório da Minsait Payments revela que estamos a viver um momento de transição que se caracteriza por uma maior convivência de múltiplos meios de pagamento

 

A acelerada digitalização provocada pela pandemia está a consolidar o uso dos meios de pagamento eletrónicos e a impulsionar o progresso em direção a uma sociedade sem pagamentos em numerário (cashless). Esta transição reflete-se na maior convivência ou multiplicidade de diferentes meios de pagamento em uso pela população, num ano em que os meios digitais registaram um impulso face aos meios de pagamento mais físicos ou materiais.

De acordo com o X Relatório de Tendências de Meios de Pagamento, apresentado pela Minsait Payments, a filial de meios de pagamento da Minsait, mais de 50% da população adulta bancarizada internauta de todos os países analisados reduziu ou abandonou o pagamento com numerário, um dado que em Portugal sobe para 73,9%.

O estudo foi realizado com a colaboração de Analistas Financeiros Internacionais (AFI) e incluiu as opiniões de mais de 80 executivos do sector bancário e mais de 4.400 inquéritos a clientes bancários de Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido e América Latina, além dos números oficiais publicados pelos diferentes reguladores.

As perspetivas dos inquiridos são coerentes com as dos especialistas entrevistados no estudo, uma vez que oito em cada dez concordam que o processo de abandono do pagamento em numerário acelerou, embora três em cada dez vejam um risco de reversão assim que a pandemia termine. A aversão a "mexer" no dinheiro (inclusive nos TPA) condicionou a mudança de hábitos observada, em particular em Portugal, onde quase seis em cada dez inquiridos manifestou esse receio.

Além disso, nove em cada dez executivos concordam que o impacto da pandemia no uso de meios de pagamentos digitais foi positivo, já que acelerou a sua digitalização. Contudo, um em cada quatro diz que ainda há alguma dificuldade de acesso a estes meios de pagamento e cobrança digitais, em particular na América Latina.

Neste contexto de transição, o cartão continua a ser o principal meio de pagamento para compras em todos os países, enquanto continuam a crescer os pagamentos móveis, as carteiras digitais e os pagamentos a partir da conta. Portugal registou uma considerável subida na preferência pelo pagamento com cartão (58,8% em 2020 vs 47,7% em 2019) face a outros meios.

Além disso, os novos hábitos de consumo adotados fizeram com que o uso de cartões contactless na maioria dos países fosse maior do que o uso através da inserção no terminal. Desta forma 56% dos portugueses utiliza cartões contactless para efetuar os pagamentos nos terminais de ponto de venda (POS). Paralelamente, os portugueses também aumentaram o volume de pagamentos com cartão de crédito em quase 14 p.p. (20,7% em 2019 para 34,5% em 2020) para compras de baixo valor, onde antes reinava o pagamento em numerário.

A crise económica associada à pandemia produziu um declínio generalizado no número de cartões de crédito em quase todos os países analisados. No entanto, Portugal foge à regra ao registar um aumento de 1,7 p.p. para 63%.

Portugal está na vanguarda da utilização de múltiplos meios de pagamento. Os portugueses registaram a maior subida no número médio de diferentes meios de pagamento utilizados no mês anterior à realização do inquérito: de 2,8 em 2019 para 3,3 em 2020. Portugal é também o país que mais pagamentos faz a partir da conta bancária (84,3%).

No que se refere a cartões, a modalidade de débito continua a ser a principal protagonista em termos de utilização por parte da população na maioria dos países. Em Portugal 32,4% da população bancária possuiu dois ou mais cartões de débito.

Por outro lado, o cartão pré-pago revela um aumento de 7 p.p. na população (16,1%) com mais do que um cartão. A exceção é a Itália, onde quase 8 em cada 10 têm cartão pré-pago, e a América do Sul, por constituir um instrumento fundamental para a distribuição de ajuda governamental no decorrer da pandemia

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