Tecnologia

A transformação digital no setor hoteleiro vai além da tecnologia

Por ocasião do Dia Mundial do Turismo, a Faculdade de Turismo e Direção Hoteleira Sant Ignasi (HTSI) da Universidade Ramon Llull,  realizou, em Barcelona um dia de debate e reflexão sobre o impacto da transformação digital no setor do turismo e de hotelaria.

04-07-2019

A transformação digital no setor hoteleiro vai além da tecnologia

Por ocasião do Dia Mundial do Turismo, a Faculdade de Turismo e Direção Hoteleira Sant Ignasi (HTSI) da Universidade Ramon Llull,  realizou, em Barcelona um dia de debate e reflexão sobre o impacto da transformação digital no setor do turismo e de hotelaria.

Entre as principais conclusões destacou-se a necessidade de investir mais na inovação, na formação em novas competências ou habilidades e de ter uma estratégia definida para implementar a revolução digital nas empresas.

 

Christian Rodríguez, CEO da ByHours, realizou a conferência central do dia e sublinhou que estamos a viver a quarta revolução industrial. Na sua opinião, "foi gerada uma economia que nos ofereceu as ferramentas para revolucionar tudo" e sublinhou que cada evolução e/ou revolução é uma nova oportunidade para todos os setores afetados. Como um fato revelador, apontou que de 2012 a 2017, cinco das seis principais empresas do mundo são digitais (Apple, Facebook, Uber, Alibaba e Airbnb).

 

"Hoje, qualquer um de nós tem as ferramentas para mudar tudo o que deseja.  As oportunidades cercam-nos, mas é essencial estar vigilante", disse ele. Uma das chaves é que não existem barreiras à entrada como antes: nenhuma das cinco maiores empresas do mundo possui ativos próprios ou físicos e a grande maioria encarrega-se da intermediação.

 

Rodriguez previu: "A maneira como trabalhamos e comunicamos mudou e ainda mudará mais. Como empresa, queremos dar às novas gerações um serviço que acrescente valor para que o desafio de todos seja adaptar-se às novas formas de comprar".

 

Como podemos obter um produto disruptivo?

Para Christian Rodríguez, existem cinco fatores principais:

— Aceitação do utilizador (valor acrescentado do produto).

— Aceitação do "produtor".

— E aceitação do intermediário (estar no maior número de  canais de vendas).

— Adaptação da legislação às mudanças.

— Cumplicidade dos grandes agentes e tecnologia adequada.

 

"Não é essencial cumprir todos, embora a maioria, por mais inovadora que seja a idéia, deve ser viável a nível comercial", afirmou.

 

A transformação digital no turismo

A mesa redonda posterior debateu sobre como a transformação digital afeta o setor de turismo e enfatizou as habilidades profissionais necessárias para realizá-la. Contou com a participação de Marian Muro, diretora geral para a Espanha do Grupo Julià; Juanjo Rodríguez, fundador da The Hotels Network; Damià Serrano, coordenador do Observatório do Turismo de Barcelona e Patrick Torrent, director executivo da Junta de Turismo catalã sob a moderação de Albert Fornells, vice-decano académico e de investigação da Faculdade de Turismo e Hotelaria Sant Ignasi.

 

Os participantes concordaram que a revolução digital não se baseia apenas na tecnologia, mas também na transformação da cultura empresarial e das próprias competências dos profissionais. Hoje em dia, são necessárias habilidades tais como a adaptabilidade, a comunicação, a flexibilidade, a responsabilidade, e como disse Patrick Torrent "é também importante a criatividade que é muitas vezes pouco estimulada nas empresas, a capacidade de aceitar os erros, a generosidade, o espírito crítico, a ética e os valores".

 

Talento, big data e sem medo de mudar

Por sua vez, Marian Muro disse que não existe uma estratégia de como aplicar a tecnologia e "há falta de talento", enquanto segundo Damià Serrano "qualquer grande empresa digital concentra o seu interesse em cobrir todo o ciclo da cadeia de valor do turismo: as grandes companhias aéreas, os hotéis, etc. Trata-se de manter o utilizador o máximo possível no seu espaço".

 

Por sua vez, Juanjo Rodríguez insistiu na necessidade de gerir grandes volumes de dados para tomar decisões acertadas e salientou que o elemento chave para o sucesso das empresas submetidas a processos de transformação digital "é a flexibilidade".

 

Os especialistas observaram também que existe uma resistência à mudança não apenas no setor de turismo, mas em todos. Nesse sentido, para Patrick Torrent, mudar o DNA das empresas é muito difícil, embora "existam muitas empresas no setor que estão nesse processo", afirmou.


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