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O tempo para empresas inteligentes

Stephen Hawking disse que "a inteligência é a capacidade de se adaptar às mudanças" e hoje, mais do que nunca, as empresas estão a enfrentar, devido ao impacto do coronavírus, uma grande mudança. 

30-03-2020

O tempo para empresas inteligentes

Stephen Hawking disse que "a inteligência é a capacidade de se adaptar às mudanças" e hoje, mais do que nunca, as empresas estão a enfrentar, devido ao impacto do coronavírus, uma grande mudança. 

Palavras como teletrabalho, reuniões presenciais, ferramentas como Microsoft teams, hangout ou Skype estão na maioria das conversas profissionais.

Mas se algo está ficando claro nos dias de hoje, é que, para continuar de maneira mais ou menos normal, a nossa atividade profissional exige que as empresas trabalhem para ser mais inteligentes, que não são simples conjuntos de ferramentas, mas o início de mudanças culturais profundas .

Nesse contexto, identifico seis atributos culturais que tornarão uma empresa numa organização inteligente, ou seja, com capacidade de adaptação a este novo ambiente:

1. Agilidade: velocidade é o novo tamanho

A velocidade com que uma organização é capaz de lançar produtos, serviços e soluções para os mercados, a agilidade com que reage a novas situações e  a sua velocidade de experimentação determinarão a capacidade competitiva dessa organização. A nova vantagem competitiva não é mais o tamanho, mas velocidade.

Já sabemos que hoje em dia tudo é problema, projetos que param, consumo que pára, incerteza sobre o que acontecerá amanhã. Mas amanhã chegará e devemos começar a nos preparar hoje.

Reduza hierarquias e burocracia. Ser capaz de simplificar processos: reduzindo reuniões desnecessárias, ativando a criatividade pensando em novas soluções que o momento atual exige.

Romper conceitos e trabalhar de maneira geral: orientando a liderança para a responsabilidade e o controle, não se trata de saber se as pessoas trabalham e quantas horas de casa, é sobre capacitá-las a colaborar para impulsionar isso para frente.

Permitir erro e design, testar e avaliar. Cometa erros rapidamente, para que possamos tentar novamente. Pedindo constantemente ao mercado para receber feedback e aprender quais são as novas necessidades que as empresas e as pessoas precisam hoje.

2. Inteligência Digital: As empresas serão digitais 

Disrupção, tecnologia, dados, usos ... A adaptação ao novo ambiente digital é e será a chave para o sucesso de qualquer negócio. As empresas serão digitais. E, portanto, é essencial que o talento da organização seja capaz de entender as tecnologias para responder aos seus desafios de negócios. E hoje é mais evidente do que ontem, com milhares de trabalhadores conectados remotamente, que precisam entender e entender essas tecnologias e aproveitar ao máximo.

Incorpore novos recursos-chave para responder ao desafio digital: incentivando quem tiver conhecimento na organização a compartilhá-lo e possa liderar ações no momento.

Incorporar uma cultura que facilite a implementação da estratégia: promover talentos internos.

Ser capaz de detetar novos 'players', bem como novos modelos de negócios: é hora de alocar parte do tempo da sua equipe para construir um radar que ajuda a descobrir tecnologias disruptivas.

3. Fluidez: adaptação ao meio ambiente

Estamos em constante adaptação, e parece que este será o ambiente habitual em que teremos que agir nos próximos anos. Um ambiente instável e complexo no qual não apenas a mudança é constante, mas a velocidade com que ocorre  torna-a mais incerta. Ter organizações fluidas  ajuda a nos adaptar.

Até alguns dias atrás, isso parecia teórico, conceitual, afastado da realidade. Hoje é mais válido do que nunca: incerteza, mudança, medo, risco e só podemos fazer uma coisa: agir.

Trabalhe a partir das capacidades dos organogramas : a organização é necessária em momentos de teletrabalho, mas por que não dar espaço às capacidades, ir além da função hierárquica e permitir que o talento seja desenvolvido ao máximo?

Equipes multidisciplinares e capacitadas: o teletrabalho a priori deve permitir e incentivar o trabalho em células menores do que o habitual (não inclui reuniões de 30 pessoas) para que possamos definir objetivos específicos, capacitar as equipes para alcançá-los, incentivar essas equipes incorporar talentos de várias áreas da organização.

Lideranças transformacionais / distribuídas - Bom momento para fugir de líderes messiânicos, hierárquicos e controladores. As nossas organizações agora são entidades distribuídas nas quais a fluidez e, talvez, a tomada de decisões também precisam ser distribuídas.

4. Abertura: o novo visual

No novo cenário, é importante poder olhar de maneira diferentes. O ambiente está a mudar a uma velocidade incrível, estamos a aprender a viver as situações dia a dia, os planos anuais explodiram e o máximo que podemos aspirar são planos por semanas. Novos olhares são necessários para poder identificar novas oportunidades.

Estar conectado ao ecossistema: implica estar preparado para colaborar, procurar alianças, explorar novas oportunidades.

Mente aberta para testar e experimentar: fora e dentro da nossa organização. Por que não experimentar novos sistemas de trabalho? Reuniões muito mais curtas e orientadas para resultados?

5. Criatividade: Colaboração como alavanca de crescimento

O digital começou a “romper” os setores e isso significa que as organizações não são mais capazes de responder por si próprias às necessidades detetadas. A colaboração será a chave para ser competitivo no futuro.

Esse ambiente instável faz com que as organizações tenham a capacidade de explorar constantemente para oferecer uma proposta de valor ao mercado diferencial .

Entendendo a inovação como o principal mecanismo de aceleração dos meus negócios: talvez o que  vendeu até hoje agora já não seja relevante para o seu mercado, como se pode  concentrar em novas soluções?

Incorpore novas formas de colaboração interna: que tal tornarmos a equipe cúmplice, perguntando-lhesque novas soluçõesimaginam? Que oportunidades acham que existem agora?

6. Ética: A vantagem competitiva

Tecnologia e até a estratégia podem ser facilmente copiadas. A única vantagem competitiva que as organizações podem ter é a maneira como fazem as coisas.

Seja transparente com seus interlocutores. Clientes, fornecedores, funcionários, sociedade ...: nesse novo cenário, é preciso ser transparente, compartilhar a situação, envolver todos na forma como nos organizamos, como respondemos, transmitem não apenas tranquilidade, mas também os valores sobre os quais construímos essas respostas.

Estamos diante de um momento de mudança, de profunda transformação de paradigmas. Por que não considerar este momento como o começo e não como uma pausa? Ser inteligente está em se adaptar às mudanças.

 

Artigo publicado no blog Rocasalvatella e reproduzido com a permissão expressa de seu autor.

 


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