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Há poucos dias, um grupo de cidades européias exigiu, por meio de carta dirigida à Comissão Européia, maior controle sobre as plataformas de hospedagem
03-07-2019
De acordo com esse documento, apresentado em Paris, "As casas necessárias para que os moradores vivam e trabalhem nas cidades serão cada vez menos, porque estão a começar a ser usadas para aluguer a turistas". Nesta carta, as cidades signatárias asseguram que as ameaças e riscos para tornar as cidades espaços habitáveis e sociais são evidentes.
Também consideraram que as cidades européias deveriam apostar em casas para os locais morarem, já que cada vez mais é maior a falta de habitações, porque ser mais lucrativov o aluguer a turistas. Também focam nesta carta que "as cidades devem proteger o interesse público e eliminar os efeitos adversos dos alugueres de férias de curto prazo".
Sobretudo porque o desconforto nos bairros cresce, e a sensação de insegurança também e a turistificação está a expular os moradores dos seus bairros.
Portanto, concluem, os governos locais devem introduzir os seus próprios regulamentos de acordo com a situação de cada uma de suas cidades ou municípios.
Resposta do Airbnb
Novos dados publicados recentemente mostram que, somente em 2018, as viagens Airbnb tiveram um impacto económico direto estimado de mais de 36.000 milhões de euros nos Estados-Membros da UE (ou quase 100 milhões de euros por dia). O impacto económico direto estimado nas 30 maiores cidades do mundo foi de 86.000 milhões de euros.
A Comissão Europeia já declarou que as plataformas são uma excelente oportunidade para os consumidores europeus, o que pode aumentar a competitividade da Europa.
"O Airbnb está conduzindo uma revolução económica", diz Patrick Robinson, diretor de Políticas Públicas da Airbnb. Mas isso significa que devemos operar sem regulamentação? "Absolutamente não". Respondeu "Queremos trabalhar com os governos para adotar regulamentos que aproveitem o melhor da economia colaborativa, por isso ficamos desapontados ao ler os comentários desse grupo de cidades", acrescentou.
A Airbnb afirma estar a colaborar ativamente
Neste link você pode ler a carta do Airbnb endereçada aos governos e autoridades regulatórias européias, na qual explicam porque o foco desse grupo de cidades é supostamente errado.
Em resumo, indicam que a carta "ignorou muitos dos desafios do turismo de hoje", observa Robinson. Garante que em uma cidade como Amsterdão, apenas 8% dos visitantes que passam a noite na cidade ficam no centro e, destes, cercas de 2/3 usam a Airbnb, o que ajuda a criar "um modelo de turismo sustentável que beneficia o comercio local de mais bairros ».
E acrescentam que 90% dos visitantes de Amsterdão ficam em hotéis, dos quais a grande maioria ficam no centro.
Finalmente, em relação a Barcelona, acrescentam que trabalham com a Câmara Municipal para identificar e eliminar os apartamentos ilegais na plataforma. Enquanto em França, concluem, trabalham com o governo para restringir automaticamente a frequência com que os anfitriões podem compartilhar suas casas.