Setor
06-02-2020
Entender "o que aconteceu", como na maioria dos casos, é sinónimo de olhar para trás e refletir sobre "o que aconteceu".
A realidade é que o Reino Unido e a União Europeia mantêm uma relação controversa desde o seu início em 1973. Não é de surpreender que, dois anos após sua entrada na Comunidade Económica Europeia, especificamente em 1975, o Reino Unido tenha convocado a primeira consulta sobre sua possível saída da CEE. Porém, o resultado confirmou sua permanência com 67,23% dos votos a favor.
Desde então, houve muitas situações em que o Reino Unido permaneceu fora das decisões tomadas pela União Europeia, sendo algumas das mais controversas a exclusão da Grã-Bretanha do espaço Schengen ou a entrada em circulação. do euro sem a sua plena participação.
O BREXIT (BR = Grã-Bretanha, EXIT = saída)
Com base nos antecedentes descritos, não é difícil entender que David Cameron convocou um referendo em 2016 após vencer as eleições em 2015 e mais uma vez colocou na mesa a continuidade do Reino Unido na União Europeia.
E não surpreende que, nesta ocasião, o resultado tenha sido 52% a favor do Brexit, de modo que, três anos e meio depois, o processo foi concluído em 31 de janeiro de 2020, embora a saída não ocorra de imediato, tendo sido estabelecido um período de transição que termina em 31 de dezembro de 2020.
A transição
O período de transição não tem outro objetivo senão dar às partes envolvidas, União Europeia e Grã-Bretanha tempo para negociar os termos em que a dissociação ocorrerá, bem como definir as diretrizes que conduzirão o novo relacionamento.
Durante esse período, não são esperadas grandes mudanças nas relações comerciais mantidas até o momento entre a União Europeia e o Reino Unido, comprometidas em respeitar as regras da UE.
Fim do turismo britânico na Europa?
Muito se falou sobre o Brexit e o turismo, esperava-se uma redução drástica na chegada de turistas britânicos, que na Europa são cerca de 8 milhões
Em Espanha os turistas britânicos decresceram cerca de 7%, em Portugal cerca de 5% o país mais afetado é Irlanda.
Para esta ano as previsões apontam para uma redução de 1,3 milhões de turistas britânicos em Espanha e cerca de 100 mil em Portugal.
Ainda é muito cedo para ser ter uma ideia clara sobre a redução do turismo britânico na Europa, especular não será certamente a melhor ideia.
A desvalorização da libra, uma das maiores ameaças
O que sabemos é que a desvalorização da libra em relação ao euro será uma das consequências do Brexit que mais prejudicaria o turismo.
No entanto, a libra permanece estável em relação ao euro, algo que obviamente não é garantia de que continuará assim nos próximos meses e, mais o maior problema é se durante o período de transição, houve uma quebra acentuada entre o Reino Unido e a União Europeia por não chegarem a acordo nas negociações planeadas.
E agora ... o que é que os hotéis podem fazer?
A HotelsDot recomenda não tomar decisões precipitadas. Baixar preços não é uma solução. Embora a criação de campanhas especiais por meio do mecanismo de reservas ou de intermediários on-line ajustados às necessidades do mercado britânico seja uma opção que não podemos descartar.
O mercado britânico representa muitos turistas para se ficar sem ele. Nesse sentido, destinos como a Turquia, em processo de recuperação, já representam uma ameaça suficiente. Estimule a procura