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Entrevista - Pedro Santos, diretor geral do Sheraton Cascais Resort

A TecnoHotel Portugal  convidou diversos  diretores de hotéis  de unidades localizados em diferentes regiões para um entrevista com objetivo  aferir como a crise afetou a indústria hoteleira e do turismo nessas regiões e as perspetivas futuras

24-08-2021

Entrevista - Pedro Santos, diretor geral do Sheraton Cascais Resort

A TecnoHotel Portugal  convidou diversos  diretores de hotéis  de unidades localizados em diferentes regiões para um entrevista com objetivo  aferir como a crise afetou a indústria hoteleira e do turismo nessas regiões e as perspetivas futuras.

O nosso primeiro convidado é Pedro Santos, diretor geral do Sheraton Cascais Resort

 

TecnoHotel Potrugal — Dado o contexto pandémico atual, como caracteriza o estado do turismo na sua região?  Pedro Santos — Cascais tem vindo a responder muito bem à pandemia. Talvez por ser um local com muito verde, com um ambiente de pequena vila e boa gastronomia, ao qual acrescem as maravilhosas praias. Continua a ser um destino que atrai muitos Portugueses. A isso junta-se o facto de cedo ter sido dos concelhos com maior taxa de vacinação do país, ajudando até o concelho de Oeiras em algumas fases. Isso contribuiu para que as pessoas se sintam seguras, em Cascais.

 

TecnoHotel Potrugal — Quais foram as medidas de apoio a que tiveram direito? Considera que são suficientes?  Pedro Santos — As medidas anunciadas pelo Governo parecem mais do que suficientes, mas o verdadeiro problema é que não são aplicáveis à grande maioria das empresas. Por exemplo, basta ser-se considerada uma grande empresa e/ou deter capitais internacionais para nenhum apoio ser aplicável. Nesse sentido, muitas empresas hoteleiras, como é o nosso caso, não tiveram, infelizmente, a possibilidade de usufruir de apoios. Por isso, não posso afirmar que estes tenham sido suficientes.

 

TecnoHotel Potrugal — A pandemia do Coronavírus obrigou a limitações na circulação de pessoas. Quais são as nacionalidades que se hospedaram no seu hotel?  No total de reservas qual é percentagem de hospedes nacionais no seu hotel?  Pedro Santos — A pandemia limitou em muito a circulação e, por esse motivo, os mercados que podem viajar são essencialmente os mercados de proximidade: nacional, espanhol e agora, mais perto de agosto, o francês. O mercado nacional representa mais de 50% da nossa taxa de ocupação, quando, em 2019, seria de apenas cerca de 14%.

 

TecnoHotel Potrugal — A quebra do turismo provocou um crescimento do desemprego. O seu hotel reduzir o número de colaboradores? Pedro Santos — Fizemos todos os esforços possíveis para reduzir custos relacionados com a estrutura, tentando salvaguardar as nossas equipas, sendo que conseguimos manter cerca de 70% dos nossos colaboradores.

 

TecnoHotel Potrugal — Considera que as preocupações de segurança, sustentabilidade e a utilização de novas tecnologias vai trazer melhorias na experiência do cliente? Pedro Santos — Falamos de vários temas. No cômputo geral, já assistimos a uma revolução tecnológica dentro das nossas unidades hoteleiras, em muito acelerada pela COVID-19. É possível apontar várias melhorias do ponto de vista do cliente, desde a possibilidade de abrir a porta do quarto com o telemóvel ou fazer qualquer pedido através de uma aplicação, passando pela comodidade de trabalhar e viver num resort. Sem dúvida vejo muitos benefícios que promovem a melhoria da experiência dos nossos clientes.

 

TecnoHotel Potrugal  Tem havido um aumento da venda direta em relação às OTA’s? Qual a percentagem de reservas por venda direta?  Pedro Santos — Nos canais diretos tivemos um aumento para 17% de todas as reservas. Os clientes nacionais privilegiam o contacto direto com as unidades, muitos para perceberem se todos os serviços estão em funcionamento.

 

TecnoHotel Potrugal — Quais as suas previsões para o futuro do setor?  Pedro Santos — Ao dia de hoje, vendo a vacinação num estado muito acelerado, acredito que teremos dois a três anos de recuperação até chegarmos perto de alcançar o número de viajantes e dados de 2019. Antecipo dificuldades das empresas que se endividaram para se manterem a operar, pois com as moratórias a terminar, será necessário manter linhas de crédito às empresas, o que não será fácil. Para agravar a situação, existe falta de mão de obra, e para um país no qual a indústria do Turismo tem um peso tão grande, é necessário pensar de forma global. Contudo, não posso ser só pessimista: Portugal mantém-se como um destino muito atraente para vários tipos de viajantes. Somos um país que reúne uma série de fatores já conhecidos, como a segurança, o clima, a gastronomia e a oferta a preços acessíveis. Acredito que o setor vai conseguir recuperar e saber fazer das fraquezas forças. Teremos de nos reinventar em alguns pontos, mas na verdade temo-lo feito desde o início dos tempos. Avizinham-se anos desafiantes, mas cá estaremos para os superar.   

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