É possível que as viagens de negócios se recuperem primeiro do que as de turismo

O teste de anticorpos pode desafiar as expectativas dos analistas de viagens e fazer com que as viagens de negócios retornem antes do lazer, mas a teoria depende do sucesso dos testes.

- Cameron Sperance   Skift

A recuperação do setor de viagens devido ao  coronavírus continua a ser um jogo de adivinhação, mas uma das principais vozes do setor espera que as viagens de negócios se recuperem o mais rápido possível.

As medidas de distanciamento social e outras precauções contra o coronavírus esgotaram o setor de viagens no último mês, e muitos proprietários de hotéis fecharam as propriedades devido a fluxos de receita limitados. Analistas do setor debateram como seria a recuperação económica, desde um retorno otimista em forma de V à normalidade até uma forma mais prolongada em L. 

Numa entrevista no dia 10 em transmissão ao vivo "The Long View With Rafat", o editor-chefe do Daily Daily Report e o fundador Alan Woinski compartilharam sua perspetiva sobre os analistas poderem estar errados nas suas previsões.

“Eu provavelmente tenho uma mentalidade diferente da maioria das pessoas. Toda a gente pensa que voltaremos primeiro com as viagens de lazer, porque geralmente é isso sempre acontece ”, disse Woinski. "Acho que agora estamos num cenário completamente diferente  e não podemos olhar para o passado."

Dada a natureza infecciosa do coronavírus, os viajantes de lazer têm menos probabilidade de viajar, a menos que uma vacina esteja  disponível brevemente  para todas as famílias, acrescentou Woinski. Mas se um potencial "fator de mudança" - um possível teste de anticorpos que mostra quem está imunizado contra o coronavírus - for  implementado e poder identificar quem não corre o risco de contrair o vírus, as empresas provavelmente enviarão rapidamente essas pessoas para as viagens corporativas necessárias .

"Se sabemos com certeza que 12% da população tem anticorpos, por que não podemos começar a abrir a economia?"  Woinski comentou. "Acho que no próximo mês provavelmente se verá se estou certo sobre isso."

O especialista em viagens também espera ver algumas baixas em hotéis devido à crise e que é possível uma onda de fusões e aquisições. Enquanto alguns analistas questionam se o coronavírus pode ser o grande evento que finalmente começa a acabar com o grande número de marcas que operam sob uma única empresa hoteleira global, Woinski antecipa mais mistura de marca do que desligamento. No entanto,  não espera que o setor se revitalize rapidamente.

"Será um crescimento muito lento e, em certas áreas, mais ou menos como o surto", disse ele. "Qualquer um que pense que as coisas serão exatamente como eram precisam precisa mudar essa mentalidade."

 

Autor: Cameron Sperance

Fonte: Skift