As novas gerações estão a mudar radicalmente a maneira como viajam

Os jovens estão a transformar hoje o setor turístico e farão muito mais nos próximos anos.

Devemos começar a entender esses perfis, quanto gastam, como são inspirados, o que os motiva ao reservar as suas viagens, que formatos de viagem preferem, que canais usam, quais os produtos consomem e o que pretendem dos agentes do setor.

Só então poderemos antecipar suas necessidades e oferecer uma oferta personalizada e diferenciada. Uma oferta que responde às suas altas expectativas e necessidades, já que é um perfil altamente tecnológico, acostumado a ter tudo aqui e agora, e pouco tolerante à frustração, o que os torna clientes menos fiéis e mais preparados e independentes do que as gerações anteriores

Ángel García Butragueño, co-diretor do Barómetro do Turismo e Chefe da Divisão de Turismo e Lazer da Braintrust, apresentou o novo Barómetro NextGen que analisa o comportamento e perfil de atitude em termos de viagens de jovens nascidos após 1980, (comparando, por sua vez, com as gerações X e Y, nascidas antes de 1980).

Entre as conclusões do estudo, revela-se que os viajantes NextGen são os que têm maior disposição para comprar e consumir viagens de lazer. Mais de 60%  tiveram classificações de sete, comparado a 54% do resto das gerações, o que coloca o índice de previsão de consumo de viagens de lazer (IPCVO) em 67,6 (o do resto das gerações foi estabelecido em 63.4).

Este ano, os jovens espanhóis farão uma média de 2,8 viagens para as quais alocarão um orçamento médio de 683 euros. Este valor representa um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior (em comparação com um aumento de 4,1% no resto das gerações).

Com uma duração média de pouco mais de uma semana, o relatório da Braintrust mostra que 47% desses viajantes farão pelo menos três viagens por ano, chegando a 71%, que aproveitarão mais de duas viagens por ano.

Com essa abordagem em mente, a duração das suas viagens será menor em comparação com outros viajantes, com uma percentagem de 5% para  mais de três semanas por viagem, 5%, enquanto os 95% restantes gastarão menos do que 3 semanas.

Especificamente, 13% terão duas semanas, 30% de uma semana e 52% de menos de uma semana, sempre com o objetivo de tornar as viagens melhores, dentro de um conceito de gerações globais e itinerantes, como os Millennials. e o Z.

Destaca-se também a baixa sazonalidade demonstrada pelo NextGen, com apenas 38% viajando na alta temporada, enquanto 62% o fazem fora da referida temporada, criando uma magnífica oportunidade para toda a indústria do turismo na sua procura contínua pela sazonalidade.

Motivado por diversas razões, a NextGen leva cada um dos argumentos para viajar, sendo o interesse em conhecer um novo lugar (83%), a recomendação de amigos e familiares (60%) ou a informação que eles obtiveram na internet ( 42%), as principais razões, deixando para trás qualquer tipo de publicidade, seja na televisão, cinema, revistas, blogs ou redes sociais, o que deve fazer com que os departamentos de marketing reflitam sobre seus investimentos para esse tipo de público. Nesse sentido, os jovens são os que passam mais tempo sonhando e planeando a sua viagem alocando mais tempo do que outros viajantes.

Formatos e canais de reserva estão a mudar

Ao contrário das gerações X e Y, o NextGen utiliza um maior número de fontes de informação para preparar as suas viagens, incluindo amigos e familiares (59%), sites de opinião e destinos turísticos (51%), deixando para trás guias de viagem, blogs especializados, agências de viagens e redes sociais.

Durante o processo de procura e reserva,  usam o smartphone mais do que outras gerações, com 3 usos médios comparados às gerações X e Y com 2 usos médios, e fazem no  principalmente para ver as recomendações e ler as experiências de outras pessoas (60% ), reservar alojamento (52%) e ver fotos de outros viajantes (40%).

Por outro lado, estas gerações mais jovens estão a banir o formato tradicional do pacote turístico, elegendo-o apenas em 9% como opção, em comparação com o pacote dinâmico com 13%, e os serviços soltos com 71%, confirmando o preponderância do formato “faça você mesmo” de pessoas com menos de 40 anos de idade, fato que deve levar a   à indústria a interrogar-se sobre  como abordar essas gerações para atingir sua fidelização.

Neste contexto, o estudo Braintrust mostra que essas gerações começam a esquecer o itinerário tradicional e optam por roteiros especializados e personalizados em 79% das ocasiões, sejam eles temáticos, onde filmes e séries de televisão e  cenários de filmagem influenciam as suas opções, ou "fly & drive", com 71%, que mais uma vez se torna o centro das atenções dos mais jovens.

Quanto aos canais de reservas, o canal on-line é usado pela  maioria das gerações NextGen, com agências on-line, mecanismos de busca e agregadores atingindo cerca de 40%, sendo que as agências presenciais representam apenas 8%, enquanto o canal direto origem ou destino atinge os 46%.

Por fim, o Barómetro NextGen indica a baixa fidelização das novas gerações nos seus comportamentos, pois apenas 29% desses viajantes são fiéis a um destino específico, e apenas 54% são fiéis ao tipo de acomodação.

Fruto disso as marcas não são muito importantes para este tipo de viajantes.