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A Amadeus, decidiu analisar o mercado de empresas de gestão de viagens (TMC). O seu último relatório mostra que o desafio continua grande, mas não insuperável, se o turismo de negócios souber apostar na diversificação.
16-02-2022
Conforme o estudo do provedor de soluções de tecnologia, as empresas já identificaram as oportunidades que estão por vir. Graças a isso, começaram a desenvolver novas estratégias que permitirão aproveitá-las ao máximo.
Oportunidades do setorAinda estamos num momento complicado devido à situação de emergência sanitária. Embora a recuperação esteja cada vez mais próxima, o setor do turismo ainda tem muitos desafios pela frente. Isso, é claro, implica numa base mais otimista que há muitas oportunidades.
É assim que as empresas do setor entendem, pois 49% acreditam que haverá uma mudança nas viagens de negócios não geridas, enquanto 25% prevêem um desenvolvimento de viagens de bleisure e workcations.
Além disso, acredita-se que o futuro das viagens de negócios poderá implicar uma redução de volume face à situação anterior à pandemia 63%, mas 13% prevêem uma expansão do mercado de turismo de negócios, o que mostra que há confiança no futuro.
Os pontos em que o TMC se deve fixar•• Priorize a segurança e mantenha o bem-estar dos colaboradores durante as viagens de negócios.
• Ter um papel mais importante como prestadores de informação em relação ao dever de cuidado versão 2.0. A principal prioridade será fornecer informações sobre saúde e segurança.
• Uma mudança de viagens não geridas por clientes empresariais, pelo que o planeamento será muito mais importante.
• Além disso, uma mudança geral nos padrões de viagem. O valor será melhor, mas são mais longos, os clientes fazem mais na mesma viagem e os gastos das empresas são mais elevados.
• Um aumento da procura de serviços de gestão de mudanças de viagem, devido a alterações de última hora cada vez mais frequentes.
• Os clientes empresariais refotam-se no controlo dos custos de viagem.
• Gerir as estratégias de viagem sustentáveis dos clientes, para que os CMTs possam procurar ajudar a gerir diferentes estratégias de descarbonização de viagens.
Os grandes desafios do turismo de negóciosSe tivermos em conta as oportunidades-chave, podemos também estabelecer os desafios que se avizinham para o turismo de negócios, que podem ser resumidos como:
• Dificuldade em obter acesso a informações fiáveis e atualizadas por parte de governos e companhias aéreas. Isto tem a ver com os problemas de planeamento gerados por constantes alterações e uma má normalização a nível internacional.
• Na mesma linha, os TCMs precisam de fornecer informações atualizadas sobre restrições e requisitos relacionados com o Covid-19.
• Complicações com o equipamento. Há uma incerteza sobre se contrata mais funcionários ou se fica com um pessoal reduzido.
• Ao mesmo tempo, é preocupante saber como encontrar as pessoas certas (que têm novas competências) e a dificuldade de liderar uma equipa virtualmente, porque pode prejudicar o humor da equipa.
• Tem de saber gerir modificações de viagem, tais como cancelamentos a curto prazo ou o aumento das viagens
Soluções para melhorar o crescimentoCom base em tudo o que vimos, o relatório definiu alguns pontos-chave para alcançar a recuperação e alcançar a estabilidade que acompanha o sucesso. Estas soluções passam por três eixos, que são os seguintes:
Oferecer mais serviços e conteúdos:Uma vez que a diversificação em novos fluxos de receitas é a principal opção para os CMTs (69%), precisam de melhorar os seus serviços e conteúdos. Para começar, é importante que se tornem uma única fonte de informação e incentivem o dever de cuidado do viajante.
Além disso, têm de vender mais produtos para além de voos, como alojamento, bilhetes de comboio, aluguer de carros, reuniões e outras opções que são interessantes para os clientes.
Melhor, se ao mesmo tempo apostarem em ferramentas sustentáveis de gestão de viagens e rastreio, como a tendência está a definir. A viagem também deve ser segura no que diz respeito às medidas da Covid e temos de apostar em viagens "Bleisure" (lazer e trabalho) e em trabalhos (feriados combinados com trabalho).
Apresentar uma tecnologia mais inteligente e orientada para o utilizador:Os CMTs precisam de apostar na tecnologia para melhorar o atendimento ao cliente e continuar a crescer. Por exemplo, deve automatizar tarefas manuais para conseguir mais com menos pessoal. Isto otimiza os custos e melhora a produtividade. Por conseguinte, a estratégia geral de TI deve ser reconsiderada e, talvez, a função das tecnologias da informação (TI) subcontratada.
É claro que é necessária uma tecnologia de negócio mais inteligente com melhores ferramentas, como uma plataforma de gestão de relacionamento com o cliente. Por sua vez, temos de trabalhar com as companhias aéreas para criar novos produtos e garantir conteúdos através da Nova Capacidade de Distribuição (NDC) da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA).
Desenvolver opções estratégicas de negócio:
Para reiniciar a estratégia de negócio, é importante reestruturar o modelo de preços para acomodar o cancelamento em massa de viagens. Tem de estar preparado para esta perspetiva e introduzir novos modelos de preços, como taxas de gestão ou de subscrição.
Ao mesmo tempo, é conveniente procurar novos segmentos de clientes, como as pequenas e médias empresas. Nesta aposta, a oferta pode ser ampliada, para incluir viagens de lazer, marítimas ou offshore e reuniões e eventos. Finalmente, o futuro parece estar repleto de compras e vendas entre empresas, uma vez que um terço dos inquiridos considera a expansão, aquisição ou fusão.
Repensar a estratégia orientada para as pessoas:Neste momento, os TMCs não concordam, uma vez que existe uma divisão clara entre aqueles que querem manter a mão-de-obra tal como está e os que esperam voltar a contratar. Portanto, existem duas estratégias distintas.
Por um lado, automatizar tarefas para reforçar o crescimento. Este ponto é apostar na robótica. Por outro lado, a procura de novas competências e competências no negócio. Aqui entram em jogo nativos digitais e especialistas em tecnologia, mas também trabalhadores com competências analíticas e inteligência empresarial.
Em todo o caso, o teletrabalho, especialmente num modelo híbrido, está aqui para ficar, uma vez que é uma forma de reduzir custos e satisfazer os trabalhadores. Por sua vez, permitem aos TCMs flexibilidade suficiente para introduzir outros modelos de emprego, como os empreiteiros e os franchisados.
Um momento de mudançaEm suma, o panorama está repleto de desafios a completar, mas com um olho num futuro melhor. Por muito que os TCMs já não estejam em pleno crescimento assegurado, há esperança para o que está para vir.
O que é claro é que estamos num momento de mudança que será decisivo. Agora, mais do que nunca, é necessário estar alerta, observar e adaptar-se. Porque o turismo de negócios para para a diversificação, mas também para saber aproveitar novas oportunidades.