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A TecnoHotel entrevistou o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portuga, Luís Pedro Martins sobre o Turismo e a situação pandémica e as consequências para a setor.
28-10-2020
Nos primeiros oito meses do ano, em termos de dormidas totais, o Porto e Norte decresceu (57,4%, Tvh), gerando 3,1 milhões de dormidas, consolidando a terceira
posição no Ranking Nacional, (com a quota de 17,07%). Significa uma perda de 4,1 milhões de dormidas, em comparação com Janeiro/Agosto de 2019.
Mantendo o número 3 do ranking, o Porto e Norte teve uma quebra de 41,8% nos proveitos totais, passando de 427,9 milhões para 163,6 milhões de euros, menos 264 milhões. Ainda à semelhança dos demais destinos regionais, o Porto e Norte tem tido quase metade do RevPar mensal em relação ao período homólogo de 2019. Por exemplo, em Agosto, passou de 62,4 euros para 37,4 euros.
THP — A pandemia do Coronavírus obrigou ao fecho de muitas fronteiras. Posto isto, quais são as nacionalidades que têm visitado mais a região? TPNP — A atividade turística tem sido assegurada na sua esmagadora maioria pelo mercado nacional. Paulatinamente, registamos uma crescente presença do mercado espanhol, que é o nosso primeiro mercado emissor internacional, se bem que muito longe dos valores registados em anos anteriores. Embora em números insignificantes, também tivemos o regresso de turistas de França, Alemanha e Itália. A nossa região que é marcadamente um destino internacional, tem sido duramente afetada pelo impacto negativo da crise sanitária. THP — A quebra do turismo provocou um crescimento do desemprego. Já existe uma noção clara de números e do impacto sentido? TPNP — Era inevitável que existissem problemas a esse nível quando as empresas estiveram meses com perdas totais. Todavia, medidas como o lay-off mitigaram, um pouco, essa situação. Ainda existe um grande grau de incerteza e ainda é cedo para fazer uma avaliação concreta dos efeitos desta crise a nível de postos de trabalho e encerramento de empresas, sabendo que essa vai ser uma triste inevitabilidade. Embora todos estamos conscientes de que o tecido empresarial, direta e indiretamente dependente do turismo, essencialmente internacional, não terá a mesma configuração, em diversidade e quantidade de oferta que disponibilizava no mercado antes da crise sanitária. THP — Quais foram as medidas de apoio a que tiveram direito? TPNP — As Linhas que foram disponibilizadas para as empresas e para o setor do turismo, seja para os impactos imediatos da pandemia, seja para a reabertura dos estabelecimentos, seja para a retoma do setor, têm sido fontes importantes para Reerguer o Turismo da Região, com muitas candidaturas de empresas do nosso território, demonstrando uma grande resiliência e empenho das empresas do setor.Durante o confinamento, as empresas não pararam e trabalharam bastante, na preparação do reinício das suas atividades, aproveitando a região os apoios COVID-19 que o Governo disponibilizou, seja ao nível das moratórias do pagamento de impostos e taxas, seja nos apoios diretos à manutenção de emprego (layoffs simplificados, por exemplo), mas sobretudo recorrendo aos apoios imediatos de combate aos impactos da pandemia, seja a Linha de Tesouraria do Turismo de Portugal, para Microempresas.
Para a retoma das atividades económicas, as empresas da região acorreram às Linhas ADAPTAR, para criar as condições de segurança e confiança nos estabelecimentos, estratégia esta que também integra o selo Clean & Safe.
Com o reforço da Linha de Tesouraria das Microempresa, do Turismo de Portugal, mas também com o reforço e ajuste da Linha de Apoio à Economia, com mais 1 milhões de euros de apoios, no âmbito da SPGM e Banca, sentiram-se algumas melhorias, mas o cenário continua ainda demasiado preocupante. São, contudo, necessárias mais medidas que com maior capacidade e até a fundo perdido possam ajudar as nossas empresas, a mais rapidamente caminhar para a Retoma do nosso Setor, permitindo que este volte a ser um fator decisivo de sucesso da economia no nosso país.
Outras medidas foram também propostas que vemos como positivas, sendo elas: