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O WAPDropper tem sido utilizado para o roubo de quantias monetárias, servindo ainda de porta de entrada para outros malware no dispositivo
02-12-2020
Os investigadores da Check Point descobriram, recentemente, uma campanha de malware nunca antes vista que assenta na subscrição não consentida de utilizadores Android a serviços telefónicos pagos providenciados, no caso desta campanha maliciosa em específico, por fornecedores legítimos de telecomunicações na Tailândia e Malásia. Esta técnica de ataque é conhecida por International Revenue Share Fraud (IRSF), estimando-se que gere entre quatro a seis mil milhões de dólares por ano.
O novo malware, designado pelos investigadores de WAPDropper, é multi-funcional, já que não só subscreve as vítimas a serviços pagos, como tem também a capacidade de descarregar e executar outros malware nos dispositivos Android já infetados. Neste tipo de ataques, é comum os hackers e os donos dos números pagos cooperarem ou estarem inseridos no mesmo grupo de pessoas. A lógica é simples: quantas mais chamadas forem realizadas, maior será a receita gerada. A infeção começa pela instalação, por parte do utilizador, de uma aplicação maliciosa através de um fornecedor de aplicações não oficial. Após o download, o WAPDropper comunica com o seu servidor de controlo, descarregando um módulo através do qual são realizados os contactos aos serviços premium oferecidos por empresas de telecomunicação legítimas. A seguir, é concluída a subscrição que resultará em largas perdas económicas. Em alguns casos, para finalizar o processo é pedida a realização de um teste de autenticação, o chamado CAPTCHA (um sistema que permite distinguir um humano de uma máquina). O WAPDropper supera estes testes utilizando uma solução da Super Eagle, uma empresa chinesa que fornece soluções de machine learning para reconhecimento de imagens. “O WAPDropper é mesmo multifuncional. O malware começa por subscrever serviços telefónicos pagos, mas, no futuro, este payload é suscetível a qualquer mudança pretendida pelo atacante. Este tipo de ‘dropper’ multi-funcões que sub-repticiamente se instala no telemóvel de um utilizador, fazendo depois o download de outros malware, tem sido uma tendência chave em 2020 no que respeitam as infeções de dispositivos móveis”, afirma Aviram Hazum, Manager of Mobile Research na Check Point. “Representa quase metade de todos os ataques de malware a dispositivos móveis entre janeiro e julho deste ano, com centenas de milhões de infeções combinadas. É esperado que esta tendência continue no próximo ano, pelo que recomendo todos os utilizadores a fazerem downloads partindo apenas de fontes confiáveis, como a Google Play”, conclui Hazum. Fonte: www.itinsight.pt |