Hotelaria: Hora de agir, não de reclamar

Estamos ferrados. Assim, sem panos quentes, sem eufemismos para amolecer. Um novo vírus, do qual ainda não sabemos quase nada, mudou completamente as regras do jogo a meio do campeonato.

Vai  obriga-nos a começar a criar novas regras, a partir do zero , mas com o jogo já iniciado.

Os nossos bares, restaurantes, hotéis, agências de viagens, produtores, operadores ... um longo período de muitas empresas, de muitas pessoas a tentar sobreviver, cada uma com a sua própria história. 

E muitas mortes, perdas irreparáveis, muitos dramas individuais e coletivos que serão tristemente amplificados pela crise económica e financeira que se aproxima de nós. Não vamos esquecer isso. E é por isso que estamos a passar por uma crise a todos os níveis, da saúde à economia, do social ao psicológico, do mais macro ao mais micro. Estamos ferrados e isto vai demorar um pouco.

Mas não estamos sozinhos.

Governos de todo o mundo estão a fazer, com graus variados de sucesso, um esforço hercúleo para tentar aliviar os muitos  danos colaterais desta crise que estamos a viver. Primeiro, olhando logicamente para a saúde pública, mas de olho também nos assuntos económicos e sociais. Fazem tudo o que podem e, acredite, não é uma coisa pequena, considerando a magnitude do problema, a  sua dimensão global e os recursos disponíveis. Mas, falando sério, é impossível uma solução que contemple as circunstâncias de todos e da  globalidade do  mais afetados. Impossível. Portanto, acho que não é hora de perguntar "o que é meu", mas sim o que é ”nosso". Esta é a situação, vamos aceitá-la com resignação cristã.

E será até que apareça uma vacina e que  esteja disponível para os mais de sete bilhões de seres humanos que povoam o planeta, ou pelo menos 80% deles, para alcançar a imunidade de grupo tão esperada (se finalmente for confirmado que existe tal coisa).

Duas opções, um dilema

Nesse cenário, temos  basicamente temos duas opções: passar o dia imerso em discussões estéreis, batalhas dialéticas que não contribuem senão para aumentar a raiva e a  frustração e lançar explosões direcionadas aos diferentes governos, ou todos começaremos a remar coordenados para enfrentar o clima a tempestade e levar a indústria hoteleira a bom termo o mais rápido possível. Já demonstramos em muitas ocasiões que a inteligência coletiva geralmente alcança resultados brilhantes. Temos muitas histórias de sucesso que ocorreram nos piores momentos  e, embora seja verdade que estamos num mundo conectado e não dependemos apenas de nosso bom trabalho, mas também dos nossos vizinhos, não é menos verdade que temos muito o que fazer. ganhar, e já muito pouco a perder.

Quero pensar que os que escolheram a primeira opção são a minoria e que a maioria silenciosa arregaçou as mangas e colocou o seu talento e conhecimento, à disposição de diferentes iniciativas. Desde iniciativas sociais focadas em prestar assistência a todos os tipos aos grupos mais vulneráveis, até iniciativas decorrentes da reunião de profissionais de diferentes áreas para tentar abordar possíveis cenários, propor soluções ou ajudar os seus pares. Ou seja, puxar o carro. É o caso de diferentes associações, grupos de reflexão ou comunidades como por exemplo a Forward_ ou a Gastro Brotherhood, para citar apenas duas das muitos que apareceram no setor de turismo e estão a fazer um trabalho louvável.

Agora, cabe a um, querido colega, escolher  qual o grupo que deseja pertencer: aquele que apenas reclama dos efeitos de um culpado intangível, como o maldito vírus, ou aqueles que querem contribuir com seu grão de areia para resolver este problema remando com todas as suas forças.

Se decidir pelo segundo, os seus clientes e colegas estão à sua espera. A solução para isto também está nas suas mãos.

Autor: Fabián González embaixador da Plataforma de Negocio Fotos: Hudson Hintze en Unsplash, Nick Bolton da Unsplash