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Dino Parque apoia nova escavação paleontológica em parceria com o Museu da Lourinhã

Escavação permitiu retirar diversos fósseis de vertebrados do Jurássico Superior, que serão agora estudados em laboratório. Primeiros resultados deverão ser conhecidos em 2026

03-08-2024 . Por TecnoHotelPortugal

Dino Parque apoia nova escavação paleontológica em parceria com o Museu da Lourinhã

O Dino Parque, que desde a sua fundação alia as vertentes lúdica e científica num compromisso vincado com a investigação e preservação do legado pré-histórico deixado pelos dinossauros na região do oeste português, está a apoiar a mais recente campanha de escavação paleontológica promovida pelo Museu da Lourinhã.

Realizada nos últimos meses, a investigação do Museu da Lourinhã, na qual participaram 22 investigadores e voluntários de nove países, contou com o apoio do Dino Parque, tanto ao a nível financeiro como na preparação laboratorial, quer no Museu da Lourinhã quer no espaço dedicado à escavação no Prep Lab integrado no Dino Parque. 

Centrando-se na costa da Lourinhã, esta escavação permitiu retirar diversos fósseis de vertebrados do Jurássico Superior, entre eles vértebras caudais de estegossauro, vértebras de saurópode e parte de um braço de saurópode. Estes fósseis serão agora trabalhados nos laboratórios do Museu da Lourinhã e do Dino Parque, dando início a um longo processo de análise e estudo cujos primeiros resultados deverão ser conhecidos em 2026.

“A continuidade das campanhas de escavação é essencial para a preservação do património paleontológico que possa vir a ocorrer e para a renovação científica e expositiva da Lourinhã”, aponta Simão Mateus, diretor científico do Dino Parque Lourinhã, salientando que, muitas vezes, “entre a descoberta do fóssil e a sua apresentação ao público podem decorrer mais de 10 anos, dependendo da complexidade da sua preparação, estudo e revisão científica”.

Além do apoio direto do parque temático gerido pela PDL – Parque Dinossauros Lourinhã, este tem investido na melhoria das condições de investigação no seu laboratório, apoio a jovens investigadores, projetos internacionais e acolhimento de voluntários com o desejo de enveredar pelo caminho da paleontologia.

O importante contributo do Dino Parque para a investigação científica e paleontológica, com impacto no crescente conhecimento dos fósseis descobertos na região da Lourinhã, fica patente nas inúmeras descobertas paleontológicas em que tem estado envolvido e que têm marcado a comunidade científica nos últimos anos.

Em janeiro deste ano, recorde-se, foi dado a conhecer o mais recente “crocodilo” de Portugal, o Ophiussasuchus paimogonectes, mais conhecido como “Mr. Holger”, um crânio fóssil de crocodilo, descoberto nas praias da Lourinhã, que é o mais bem preservado da Península Ibérica da sua época, com perto de 150 milhões de anos. 

Este animal, que seria semelhante aos crocodilos atuais, poderia chegar aos 3 metros de comprimento e que conviveria com alguns dos maiores dinossauros do final do Jurássico, como o Torvosaurus, o maior carnívoro terrestre da Europa, ou os saurópodes, gigantes de pescoço comprido, como o Supersaurus ou o Lusotitan. O crânio foi descoberto na praia da Paimogo e o fóssil foi preparado no Dino Parque Lourinhã, onde se encontra atualmente em exposição.

Simão Mateus, diretor científico do Dino Parque Lourinhã e investigador responsável por este projeto salienta que “este fóssil vem confirmar a importância mundial do Jurássico Superior de Portugal, nomeadamente da Lourinhã”. Acrescenta ainda: “Em seis anos é a terceira nova espécie para a Ciência, cujos fósseis foram preparados no laboratório do Dino Parque, o que atesta o valor pedagógico e científico do parque, comprovado por mais de 1,2 milhões de visitantes”.

Também este ano, em março, foi publicado um artigo sobre um novo dinossauro, o Hesperonyx martinhotomasorum, pelo aluno de paleontologia Filipo Rotatori. Este fóssil, descoberto em 2021, na praia de Porto Dinheiro, na Lourinhã, trata-se de um dinossauro herbívoro, bípede, semelhante a um Iguanodon. Teria cerca de 3 a 4 metros de comprimento e viveu no final do Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos. Atualmente está em exposição no Museu da Lourinhã onde foi preparado, também com o apoio do Dino Parque.

TAGS Turismo

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