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Esta foi uma das conclusões do estudo sobre o impacto do COVID-19 na atividade turística apresentado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), no passado dia 3 de abril.
03-04-2020
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou, esta sexta-feira, um estudo realizado acerca do impacto do COVID-19 na atividade turística. Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, divulgou os resultados do inquérito às empresas do setor numa conferência de imprensa online. Neste momento, estão encerradas 74% das empresas, das quais 58% não têm previsão de abertura. O inquérito conclui que a maioria das empresas não se candidatou às linhas de apoio lançadas pelo Governo, que consideram inadequadas para o setor. Os resultados do estudo “COVID-19 – Impacto na actividade turística” foram divulgados pela secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, numa conferência de imprensa online. O inquérito, realizado entre 1 e 3 de abril de 2020, contabilizou cerca de duas mil respostas e concluiu que 74% das empresas estão encerradas, sendo que 70% destas dizem respeito à área do alojamento turístico e 33% à restauração.
Relativamente aos apoios financeiros, 77% das empresas não se candidataram aos mesmos. Das empresas que o fizeram, 56% recorreram à linha de apoio do Turismo de Portugal, destinada a microempresas. Para 58% das empresas inquiridas, as linhas de apoio financeiro lançadas pelo Governo “não são adequadas às suas necessidades”, tendo estas “[indicado] como prioritário o apoio a fundo perdido”, refere Ana Jacinto.
Quanto ao impacto na faturação, 74% das empresas já não se encontram em funcionamento e cerca de 58% não prevêm a reabertura. No mês de março, 44% das empresas registaram uma quebra superior a 80% em comparação a março de 2019. Cerca de 80% das empresas estimam ausência total de faturação nos meses de abril e maio. Tendo em conta as estimativas, mais de metade das empresas inquiridas admite incapacidade de cumprir com os encargos e compromissos da sua atividade nos meses de abril, maio e junho.
Adicionalmente, 30% das empresas não conseguiram pagar salários em março e cerca de 70% assumem não conseguir pagar salários no presente mês de abril caso a Segurança Social não entregue atempadamente o apoio previsto. Ainda assim, 94% das empresas referiram não ter efetuado despedimentos. Das empresas que referiram pretender recorrer ao lay off, 75% afirmam que é uma medida a aplicar a todos os seus trabalhadores. “O impacto no emprego é tremendo, o impacto na faturação é tremendo e o cenário só vem confirmar aquilo que a AHRESP tem vindo a dizer”, afirmou a secretária-geral da Associação.
De acordo com a AHRESP, o sobreendividamento das empresas deve ser evitado através do apoio com dinheiro a fundo perdido. Ana Jacinto salienta não haver outra alternativa porque “as empresas não vão aguentar” os “custos enormíssimos” que terão de saldar quando acabar a crise.