As falhas de segurança cibernética pagam-se caro: sanção histórica para o grupo Marriott

A Marriott foi multada e terá que pagar uma  123 milhões de dólares pela falha na segurança cibernética que afetou no ano passado os dados de cerca de 500 milhões de clientes.

O RGPD entrou em ação e já mostrou a intenção de multar a gigante hoteleira, como afirma Elizabeth Denham, comissária de informação do Reino Unido.

"O RGPD deixa claro que as organizações devem ser responsáveis ​​pelos dados pessoais que possuem." E, como Denham lembra, "os dados pessoais têm valor real, por isso as organizações têm o dever legal de garantir sua segurança, assim como fariam com qualquer outro ativo", acrescenta.

Esta multa da OIC não é a primeira que ocorre sob a proteção do RGPD. Há apenas uma semana, a British Airways recebeu uma multa histórica de 205 milhões de euros pelo roubo de dados pessoais de meio milhão de clientes no ano passado. Os hackers penetraram no sistema cibernético aproveitando o fato de terem "proteções de segurança insuficientes".

Até agora, a maior multa que havia sido emitida a esse respeito era de cerca de 550.000 euros. Mas o novo RGPD é muito mais difícil e mais exigente nesse sentido, já que as multas podem chegar a 4% do faturamento da empresa.

Um ataque cibernético histórico

Como noticiámos anteriormente, a “brecha” no Marriott foi descoberto em setembro de 2018, embora o incidente só tenha sido divulgado em novembro. Em primeiro lugar, parecia que os dados de 500 milhões de clientes haviam “vazado” através da divisão Starwood da cadeia Marriot.

Finalmente, em março de 2019, concluiu-se que os dados de 383 milhões de clientes (nome, endereço de e-mail, telefone) e 18,5 milhões de números de passaporte criptografados haviam sido roubados.