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"A pandemia está a marcar profundamente o mercado de trabalho em Portugal. A taxa de desemprego disparou em julho para 8,1% e só no período de março a julho 140 mil portugueses perderam o emprego".
06-10-2020
Estas iniciativas foram transversais a vários mercados emissores de turistas para a região,
mas pelo interesse crescente da Alemanha no destino, o Turismo do Algarve desenvolveu outras iniciativas específicas para este país. A este propósito, é de destacar que a região registou a visita de cerca de 360 mil hóspedes provenientes da Alemanha, apenas em 2019. Assim, dirigimos ao merca- do alemão uma campanha de comunicação digital com o mote “Die Algarve tut dir gut” (“O Algarve fica-te bem”), em que o vídeo promocional mostra o Algarve como um destino onde é possível viver experiências únicas e desfrutar de paisagens serenas e de um grande contacto com a natureza. Pelos resultados obtidos registamos mais de 120 mil visualizações e temos previsto um reforço desta campanha online, até ao final do ano, com conteúdos relacionados com produtos como o golfe, turismo de natureza, cycling e walking, cultura e gastronomia. Mas ainda durante o mês de setem- bro, o Turismo do Algarve vai receber, numa fam trip, a visita de um grupo convidado composto por 16 agentes de viagens e dois representantes da editora líder de publicações na área das viagens na Alemanha (FVW Medien) e realizar um workshop para profissionais do setor que contará com a pre- sença do embaixador alemão em Portugal e representantes da Câmara de Comércio e Industria Luso-Alemã. Adicionalmente, está prevista a realização de um programa de qualificação dos recursos humanos e de manutenção do emprego. O objetivo é dar formação aos funcionários das empresas e assegurar uma comparticipação dos salários, como complemento ao lay-off, reduzindo assim custos fixos às empresas e compensando eventuais perdas remuneratórias aos trabalhadores. Será um programa para vigorar em época baixa, aproveitando a menor procura para reforçar as competências profissionais e promover a competitividade futura pela melhoria da qualidade do serviço oferecido no setor. — Quais foram as medidas de apoio a que tiveram direito? —(JF)— Houve um forte empenho por parte do Turismo do Algarve em apoiar os empresários e os trabalhadores do setor desde o início da pandemia. Ativámos em março uma campanha de informação e de esclarecimento junto dos empresários sobre o pacote de medidas anunciadas pelo Governo e pelo Turismo de Portugal para mitigar as consequências económicas do novo coronavírus. Criámos igualmente, um Gabinete de Apoio ao Empresário com o propósito de divulgar às pequenas e médias empresas as medidas de apoio disponíveis, nomeadamente no que diz respeito às linhas de crédito, manutenção do emprego ou flexibilização dos compromissos contributivos e fiscais. Pela nossa parte, estamos a articular com o Turismo de Portugal uma nova campanha, como já referi, totalmente digital para reforçar a marcação de férias na região. Este é um apoio direto do Turismo de Portugal ao Algarve, que continua a ser o principal destino turístico do país. O Governo preparou também um plano de emergência social e económico e anunciou um plano específico para o Algarve, para este ano e para 2021, precisamente para ajudar a reduzir os efeitos da pandemia na região.. — Que impacto terá esta nova realidade no setor do turismo, bem como na região? —(JF)— Esta crise de saúde pública está a abalar o mundo. E está já a alterar paradigmas no turismo, com algumas disrupções ao nível do comportamento do turista, com alterações nos padrões de viagem e uma preocupação acrescida com a segurança. Ao mesmo tempo, também se deve esperar uma aceleração das tendências de que se tem vindo a falar nos últimos anos. Não há hoje dúvida de que para continuarmos a ser competitivos a aposta terá de residir no desenvolvimento sustentável dos destinos, no potencial das tecnologias de informação, na transformação digital, na autenticidade das experiências e na qualidade em vez do volume. É nesta perspetiva que o Turismo do Algarve tem vindo a trabalhar. A nossa estratégia assenta na diversificação dos mercados emissores e dos produtos turísticos, de forma a esbater a sazonalidade, a potenciar o crescimento do turismo nos territórios de baixa densidade e a promover a segmentação dos turistas face à oferta que existe na região. De facto, é essencial que se consigam gerar impactos cada vez mais eficazes para benefício dos diferentes setores de atividade e, por consequência, das comunidades locais. De todo se deve descurar o impacto futuro da situação atual e, como tal, estamos a rever o Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve, pela necessidade de redefinir uma visão estratégica global com atuações concertadas e cooperantes entre os diferentes agentes económicos e turísticos. Só assim é possível pensar o desenvolvimento sus- tentável da região. Devemos ter capacidade de continuar a apostar na economia circular, na digitalização, na mobilidade elétrica e suave e na eficiência hídrica, energética e dos resíduos, mitigando as alterações climáticas e os custos. Integrada na prioridade de conseguirmos ser um destino mais inteligente e sustentável, está também a qualificação dos profissionais, essenciais para a capacidade produtiva das empresas e para uma prestação de serviços de qualidade. Este é um cenário desafiante, sem dúvida. Mas é também uma oportunidade para sairmos deste período mais fortes e competitivos! — Quais as suas previsões para o futuro do setor? —(JF)— Tudo dependerá da evolução da pandemia e da criação de instrumentos eficazes de terapêutica ou vacinação. Não obstante, penso que até lá evoluiremos também na forma de convivermos com o vírus, nomeadamente no setor das viagens, com o surgimento de testes cada vez mais rápidos, eficazes e económicos para a adoção de passaportes sanitários no espaço europeu, com um siste- ma de duplo teste (partida e regresso).