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A UE apresentou uma série de medidas e recomendações para ajudar os Estados membros a levantar gradualmente as restrições aos viajantes
14-05-2020
O objetivo deste pacote é ajudar o setor de turismo da União Europeia a recuperar sua atividade económica após a pandemia, garantindo que a Europa continue a ser o principal destino dos turistas.
O pacote da Comissão de Turismo e Transporte inclui:1 Estratégia geral para a recuperação (2020 e além)
2 A UE defende uma abordagem comum para restabelecer a livre circulação de pessoas e suspender as restrições às fronteiras internas da UE de forma gradual e coordenada.
3 Uma estrutura para apoiar a restauração gradual do transporte, garantindo a segurança de passageiros e funcionários.
4 Recomenda-se ainda que os “travel bonus” se tornem uma alternativa atraente, e não a devolução do dinheiro.
5 Uma série de critérios para restabelecer as atividades turísticas de maneira segura e gradual, além de desenvolver protocolos de saúde para hotéis.
Para turistas e viajantesA Comissão tenciona proporcionar às pessoas a capacidade, confiança e segurança necessárias para viajar.
1. Restauração segura da liberdade de circulação e levantamento dos controles nas fronteiras
A livre circulação e viagens internacionais são fundamentais para o turismo. Como os Estados-Membros conseguem reduzir a circulação do vírus, as restrições à livre circulação devem ser substituídas por medidas mais específicas.
Se a situação da saúde não justificar o levantamento generalizado das restrições, a Comissão propõe fazê-lo de forma gradual e coordenada, começando pelas áreas ou Estados-Membros que têm uma situação epidemiológica semelhante. Deve-se agir com base em três critérios:
• Epidemiológico: especialmente em áreas onde a situação está a melhorar e com base nas diretrizes do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) e usando o mapa regional desenvolvido pelo ECDC.
• A capacidade de aplicar medidas de contenção ao longo da viagem, incluindo passagens de fronteira, bem como de aplicar medidas e salvaguardas adicionais onde a distância física é difícil de garantir.
• Considerações económicas e sociais devem ser levadas em consideração. Será dada prioridade ao movimento trans fronteiriço em áreas-chave para esta atividade e incluindo razões pessoais.
O princípio da não discriminação é muito importante: quando um Estado-Membro permite viajar para o seu território ou para áreas específicas dele, deve fazê-lo de forma não discriminatória, permitindo viagens de todas as áreas, regiões ou países da UE com condições epidemiológicas semelhantes.
2. Restauração dos serviços de transporte em toda a UE, desde que a saúde dos trabalhadores e dos passageiros seja protegida
A Comissão oferece algumas recomendações, como a necessidade de limitar o contacto entre passageiros e trabalhadores, bem como entre os próprios passageiros. Também aconselham a reduzir a densidade de passageiros, sempre que possível.
As diretrizes também incluem orientações sobre o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras faciais e implementação de protocolos apropriados, caso os passageiros desenvolvam sintomas.
3. Reinício seguro dos serviços turísticos
A Comissão estabelece um quadro comum que fornece critérios para a restauração segura e gradual das atividades turísticas e desenvolve protocolos de saúde para hotéis e outras formas de acomodação.
Esses critérios incluem vigilância epidemiológica, capacidade sanitária suficiente para acomodar população local e turistas, além de uma poderosa capacidade de vigilância e monitoramento.
4. Garanta a interoperabilidade transfronteiriça dos aplicativos de rastreamento
Os Estados-Membros, com o apoio da Comissão, acordaram diretrizes para garantir a interoperabilidade transfronteiriça dos aplicativos de rastreamento, para que os cidadãos possam ser avisados sobre uma possível infeção por coronavírus ao viajar na UE.
Esses aplicativos de rastreamento devem ser voluntários, transparentes, temporários, cibernéticos e usar dados anónimos. Também devem confiar na tecnologia Bluetooth e funcionar em todos os países da UE e com todos os sistemas operativos.
Essa interoperabilidade é crucial: os profissionais de saúde devem ser alertados para uma possível infeção em qualquer lugar da UE e de maneira segura. A Comissão está a ajudar os Estados-Membros a encontrar a solução certa para preservar a privacidade e respeitar a Lei de Proteção de Dados.
5. Fazer dos cupões uma solução mais atraente para os consumidores
De acordo com as regras da UE, os viajantes têm o direito de escolher entre um voucher ou reembolso em dinheiro ou crédito para bilhetes de transporte ou pacotes de viagem cancelados. Embora este direito seja mantido, a Comissão recomenda que os vales se tornem uma alternativa viável e atraente.
Esses títulos devem ser protegidos contra a insolvência do emissor, ter um período mínimo de 12 meses de validade e ser reembolsáveis após um período máximo de um ano, se não forem utilizados.
Também devem oferecer aos viajantes flexibilidade suficiente, permitir que os passageiros viajem para o mesmo destino e nas mesmas condições de serviço ou que possam reservar um contrato de viagem combinado com o mesmo tipo de serviço ou qualidade equivalente. Também devem poder ser transferíveis para outro viajante.
Para empresas de turismoA Comissão pretende apoiar o setor do turismo:
1. Garantir liquidez às empresas de turismo, particularmente às PME, por meio de:
— Flexibilidade através das diretrizes de auxílio de cada estado membro, permitindo a introdução de sistemas, como o sistema de garantia de vouchers e outros que fornecem liquidez para apoiar as empresas do setor de viagens. Também devem garantir que os pedidos de reembolso causados por esta pandemia sejam atendidos. A Comissão pode aprovar os sistemas de cupões rapidamente, após notificação ao Estado-Membro em causa.
— Financiamento da UE: a UE continua a fornecer liquidez imediata às empresas afetadas pela crise por meio do Coronavirus Response Instrument Initiative, uma iniciativa que gere em conjunto com os estados. Além disso, a Comissão concedeu até 8 biliões de euros em financiamento para 100.000 pequenas empresas afetadas pela crise, através do Fundo Europeu de Investimento.
2. Salvar empregos com € 100 biliões em ajuda financeira através do programa SURE
O programa SURE ajuda os Estados-Membros a cobrir os custos dos planos nacionais de emprego de curto prazo e medidas similares que permitem às empresas proteger os seus empregos.
3. Conectar os cidadãos à oferta turística local, promovendo atrações e turismo locais. A Europa como um destino turístico seguro.
A Comissão trabalha com os Estados-Membros para promover um sistema de vouchers de patrocínio, para que os viajantes possam apoiar os seus hotéis ou restaurantes favoritos. A Comissão também promoverá campanhas de comunicação pan-europeias, apresentando a Europa como o destino turístico número 1.
Para complementar as medidas de curto prazo, a Comissão continuará a trabalhar com os Estados-Membros para promover o turismo sustentável, em conformidade com o Acordo Verde Europeu e para incentivar uma transformação digital dos serviços turísticos.
A Comissão também organizará uma convenção de turismo na Europa com instituições, indústrias, regiões e cidades da UE e outras partes interessadas para construir em conjunto um novo ecossistema de turismo europeu sustentável, inovador e resiliente: a “Agenda Europeia para o Turismo 2050”.
ConclusãoEm suma, a Comissão Europeia está a tentar, através deste plano, salvar a temporada de verão o máximo possível. Por esse motivo, recomenda a abertura das fronteiras internas dos 27 estados quando a situação epidemiológica permitir, desde que sejam aplicadas medidas de contenção.
Assim, estabelecem três fases. O atual (Fase 0) onde as fronteiras estão fechadas. Uma Fase 1 em que países com uma situação semelhante permitirá a livre circulação de pessoas entre eles e uma Fase 2 que significaria a abertura total do Espaço Schengen.
Quanto ao transporte, a UE recomenda o uso de máscaras faciais e que a distância de segurança seja respeitada, apesar de isentar as companhias aéreas de deixar assentos vagos nos aviões.
Por outro lado, a UE recomenda que as companhias aéreas e empresas de turismo, que estão seriamente afetadas por fortes problemas de liquidez, ofereçam cupões ou vouchers de viagem a passageiros cujos voos ou pacotes foram cancelados. Mesmo assim, se o viajante exigir o reembolso, deverá ser pago.
Por fim, para os hotéis, pedem para evitar multidões e, portanto, desaconselham a realização de eventos nos próximos meses. Além disso, a distância social mínima deve ser garantida e a reserva de turnos para as refeições ou o uso de instalações comuns, como a piscina ou a academia.