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De entre mais de 90 milhões de inquiridos, a maioria dos profissionais valoriza as empresas focadas no bem-estar mental e físico dos seus funcionários, diz o último inquérito global Heartbeat
19-08-2021
Segundo o último relatório ’Heartbeat’, da Peakon, plataforma de engagment de colaboradores, com a qual o Grupo Adecco colabora, transformando os resultados dos seus inquéritos em insights para o Grupo e seus clientes, a falta de alinhamento entre as expetativas dos funcionários em relação ao bem-estar e a realidade que vivem no quotidiano em ambiente de trabalho pode ter impacto no sucesso empresarial.
"Existe uma enorme lacuna de expetativas entre o que os empregados estão a sentir e o que as organizações acreditam estar a proporcionar. No futuro, as organizações que colmatarem essa lacuna serão mais bem-sucedidas", expressa o mais recente relatório da Peakon divulgado pelo Grupo Adecco.
As conclusões do último ‘Heartbeat’ sobre as expetativas e bem-estar dos colaboradores foram apurados de 90 milhões de respostas a inquéritos a funcionários de empresas em todo o mundo. O objetivo é ajudar as empresas a compreender as preocupações sobre as expetativas dos colaboradores, em constante mudança.
Com base na base de dados da Peakon, a empresa descobriu que 59% dos milhões de inquiridos foram desligados dos seus empregos no início de 2020. No entanto, menos compreendida é a questão de saber porquê?
“Tradicionalmente, pensava-se que o baixo engagement dos funcionários era um subproduto de uma liderança fraca ou tóxica, de uma falta de transparência ou responsabilidade a nível organizacional, e de uma elevada rotatividade de funcionários. Embora todos estes fatores sejam válidos, os empregadores precisam de aprofundar melhor as relações com os profissionais que contratam para compreender o que está na base deste baixo envolvimento dos colaboradores com as suas organizações”, defende Carla Rebelo, CEO da Adecco Portugal.
“Todo o contexto social evolui cada vez mais rapidamente e a Pandemia veio acelerar tendências que se têm vindo a desenhar há anos. É incontornável que as empresas que querem ser sustentáveis e reter talento tenham que compreender que o nível de engagement das pessoas não depende apenas do que que os profissionais esperam obter das suas funções e posição na empresa (salário, realização pessoal, perspetivas de evolução de carreira, etc), mas também, e ainda mais importante, o que esperam dos seus empregadores”, sublinha Carla Rebelo. “Este dado torna-se ainda mais relevante num período em que, a nível global, as pessoas têm enfrentado drásticas perturbações na sua vida profissional devido a questões de saúde, sociais, económicas e políticas.”
Face ao atual contexto, a Peakon traça orientações que emergem dos resultados do questionário no sentido de atenuar o fosso entre as expetativas dos colaboradores e os seus empregadores:
EXPETATIVAS EMERGENTESDe acordo com o relatório ‘Employee Expectations’, os profissionais esperam que os seus empregadores ajudem a responder às preocupações ambientais, forçando as empresas a fazer mudanças na forma como operam.
As expetativas relacionadas com a sustentabilidade ambiental aumentaram 128% para os empregados do Geração Z (nascidos 1995-2015). Millennials (nascidos 1981-1994), Geração X (nascidos. 1965-1980) e Baby Boomers (nascidos 1945-1964) registaram aumentos de de expetativas de 62%, 56% e 59%, respetivamente. O relatório revela que os colaboradores esperam que os seus empregadores não só partilhem os seus valores, mas também demonstrem vontade de agir sobre eles.
Todas as gerações mostram uma preocupação crescente com a diversidade e a inclusão no local de trabalho, com a Silent Generation (nascicos 1928-1945) a registar o maior aumento (+31%), mais do dobro do aumento verificado na Geração Z (+15%), Geração X (+14%) ou Baby Boomers (+13%) e um aumento maior do que o registado nos Millennials (+22%). Daqui resulta que os colaboradores esperam que os seus empregadores façam esforços tangíveis para construir culturas diversas e inclusivas que venham de um lugar de honestidade.
As preocupações dos trabalhadores com o trabalho flexível e remoto aumentaram 18% globalmente. Um inquérito recente do LinkedIn a 1.590 profissionais empresariais confirma que a grande maioria quer flexibilidade. Quando solicitados a optar por regressar ao escritório a tempo inteiro, continuar em trabalho remoto ou trabalhar com um modelo flexível e misto, apenas 5% dos inquiridos querem regressar ao escritório a tempo inteiro. Uma impressionante percentagem de 73% quer uma abordagem flexível e mista. Assim, as empresas terão de conhecer as ferramentas de que necessitam para ajudar cada funcionário a florescer, equilibrando ao mesmo tempo as exigências do seu papel e das suas vidas e dar-lhes autonomia para o fazer.
O BEM-ESTAR É UMA PRIORIDADE MÁXIMA
As expetativas dos colaboradores são mais agudas em torno da questão do bem-estar. A preocupação global dos profissionais com a questão do bem-estar aumentou 17% em todos os dados demográficos; entre os inquiridos da Gen Z, o aumento foi de 28%.
Desta forma, a marca do empregador pode ser determinada em grande parte pela forma como se preocupam genuinamente com a saúde mental e física dos seus empregados. Estimando-se que o fenómeno crescente do burnout, agudizado em ambiente de pandemia, tem custos económicos globais superiores a 320 mil milhões de dólares por ano, esta postura das organizações é particularmente importante numa altura em que existem perigos muito claros e presentes que têm o potencial de reduzir o bem-estar global
OS LÍDERES ESTÃO A EVOLUIREm algumas organizações, será um desafio para os líderes construir uma consciência em torno do bem-estar mental e físico. Muitos dos líderes atuais estão focados nos aspetos técnicos e funcionais do seu desempenho, ou apenas preocupados em garantir que os projetos são feitos a tempo e dentro do budget, independentemente do custo que implica para as pessoas que estão a liderar.
O ‘Heartbeat’ conclui que é fundamental que as organizações olhem profundamente para as lideranças, para que as pessoas compreendam a importância de apoiar o bem-estar dos colaboradores. Para aqueles que não o considerem uma prioridade, poderá ser necessário ações de coaching para cultivar competências que apoiem o bem-estar dos funcionários de forma contínua.
As conclusões do relatório revelam também a necessidade de os líderes serem pacientes com os seus colaboradores que estão a trabalhar a partir de casa, a importância de formar líderes em competências transversais como empatia, compaixão e clareza em torno das expetativas de trabalho. Os líderes devem certificar-se de que todos o espectro de bem-estar e fatores externos que podem ter impacto nas pessoas e contribuir para o stresse são considerados nesta avaliação.
REDEFINIR O QUE SIGNIFICA PRODUTIVIDADE
Num relatório diferenciado que descreve como os colaboradores e as organizações estão a responder à COVID-19, a Peakon analisou como o bem-estar tem um enorme impacto noutras áreas, incluindo no stresse que é criado pelo trabalho fora do ambiente normal de escritório.
Os profissionais estão preocupados com a forma como os empregadores veem a sua produtividade quando trabalham a partir de casa: sentem receio de serem considerados pouco produtivos se, por exemplo, não conseguirem dar resposta imediata a uma solicitação por e-mail. É mais um fator gerador de stresse. A Peakon recomenda ser essencial a definição de novas métricas para avaliar o ritmo de trabalho e produtividade em ambiente remoto.
Cumprimentos,
Inês Maia e Silva | 967 521 865 | ines.maia@getsmartmarketing.pt