Gestão

COVID-19. O que os líderes devem fazer durante a disrupção

A Gartner detalha os quatro pontos em que os executivos se devem focar enquanto decorre a disrupção, definindo-os como líderes nas suas áreas

01-04-2020

COVID-19. O que os líderes devem fazer durante a disrupção

A Gartner detalha os quatro pontos em que os executivos se devem focar enquanto decorre a disrupção, definindo-os como líderes nas suas áreas

É sabido que o COVID-19, ou Coronavírus, está a causar uma verdadeira crise humanitária com proporções mundiais, afetando cidadãos e empresas de igual maneira. Para já, ainda não há uma data prevista de quando a situação irá melhorar, quanto mais de que irá passar.

A Gartner publicou um artigo onde aponta quatro ações específicas que os executivos devem tomar para se tornarem bons líderes. Apesar de o autor do artigo ressalvar que “estas ações não são as únicas”, algumas das quatro ações referidas podem acabar por ser esquecidas na correria para criar uma resposta efetiva.

 

1: Criar uma lista de prioridades central e clara

Devem ser estabelecidos centralmente um “conjunto claro de prioridades” e, depois, devem ser implementadas localmente com uma elevada autonomia da gestão correspondente. Numa situação dinâmica como a que estamos a viver, a centralização excessiva da tomada de decisões prejudica a capacidade da organização de responder rápida e efetivamente.

De acordo com a Gartner, os líderes eficazes capacitam os gestores a tomar as melhores decisões possíveis, tendo em mente um conjunto claro de prioridades da empresa, como manter os funcionários seguros e se comportar de forma ética em relação aos seus clientes.

Em vez de uma lista clara e hierárquica de prioridades, os líderes medíocres estabelecem um conjunto de prioridades que parecem todas iguais. Estas listas, assemelhan-se a algo como "neste momento de necessidade, precisamos de ser eficientes, eficazes, inovadores, seguros, rápidos, ágeis e de alta qualidade". A pior das situações é quando os executivos fornecem prioridades pouco claras e contraditórias aos seus colaboradores.

As disrupções levam inevitavelmente a uma sobrecarga de informações, por vezes contraditórias. Nos piores dos casos, os colaboradores recebem prioridades pouco claras ou incoerentes. É por isso que um conjunto claro de prioridades é importante em tempos de agitação, mas é tão difícil de alcançar.

 

2: Abordagem não-binária para a solução de problemas 

É o oposto daquilo que a Gartner intitula de “abordagem adolescente para a solução de problemas”, inspirada no livro "Decisive", de Chip e Dan Heath. Os adolescentes tendem a adotar uma abordagem binária para resolver problemas: “devemos terminar ou ficar juntos?” ou “odeio a escola, devo desistir?”.

Há quase sempre mais opções para além de “fazer/não fazer” se as equipas tiverem a oportunidade de ser criativas sobre como resolvem os seus problemas. Por exemplo, muitos líderes serão confrontados com a decisão de despedir pessoas e correr o risco de perder talentos, ou manter o pessoal e arriscar suas margens. Mas e se houver mais opções?

Ao pensar no problema, as opções não se limitam a “precisamos de demitir pessoas ou arriscamos os nossos negócios”. Há mais opções que podem ser consideradas, como reduzir o trabalho em período integral para 80% para uma parte da força de trabalho ou explorar opções de reforma antecipada para alguns. Reunir equipas para serem criativas e não-binárias na solução de uma série de problemas que surgem numa crise pode criar coesão duradoura, sem mencionar mais produtividade e valor para clientes e partes interessadas stressados.

 

3: Seja honesto, empático, claro e simples

Opte por uma abordagem clara, honesta, empática e simples à comunicação à medida que a situação do COVID-19 evolui. Apesar de ser óbvio para muitos executivos, não deixa de ser importante tendo em conta que vivemos numa era de disseminação rápida de informações com uma veracidade questionável.

Seja a fonte confiável. Lembre-se de que em qualquer plano de comunicação, importa menos que comunique algo e mais que o seu público entenda. Segundo o autor do texto da Gartner, a ênfase da comunicação deve estar no que os seus ouvintes percebem, especialmente numa situação volátil e imprevisível.

 

4: Anote as histórias 

Recolha histórias de equipas a unirem-se para superar as adversidades causadas pelo COVID-19. As pessoas são capazes de coisas incríveis em tempos de crise. Capture os detalhes dessas histórias; não as resuma.

Os seres humanos respondem aos detalhes da história. Nos últimos dias, têm existido histórias de cientistas a reunir recursos e heroicamente procurar uma vacina, de videoconferências em que animais de estimação e crianças intervêm ao mesmo tempo que as equipas se adaptam ao trabalho em casa, histórias de esforços heroicos da divisão de IT, uma vez que o departamento enfrenta o desafio de fazer com que as organizações trabalhem remotamente da noite para o dia. Todas estas histórias são importantes.

Tal como foi referido, o COVID-19 é uma tragédia humanitária que continua a perturbar milhões de vidas. Uma boa liderança é crucial e talvez exista um lado positivo: a crise representa uma oportunidade para os líderes criarem mais coesão e inovação em equipa diante das adversidades.

Fonte: ITInsight  www.itsight.pt

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