A economia circular fortalece-se no setor do turismo

Os setores do turismo, agroalimentar, químico e da saúde estão entre os mais relevantes em relação ao potencial que oferecem do ponto de vista da economia circular, que procura preservar o mais possível o valor dos recursos em todas as cadeias de produção, onde se destacam também as indústrias relacionadas aos materiais, a energia, o transporte e a logística, a farmácia e os cosméticos, a gestão da água e as máquinas e os equipamentos, de acordo com os últimos estudos na área.

A economia circular "visa preservar, durante o máximo de tempo possível dentro da economia, o valor dos produtos, os componentes e os materiais, através de sistemas de produção e de consumo mais eficientes", onde se destacam o setor agroalimentar e a indústria química e de saúde, com opções claras de melhoria em diferentes áreas, como o ecodesign dos produtos, a energia, tanto na sua utilização eficiente como na possibilidade de utilizar fontes renováveis, na gestão de resíduos vistos como novos recursos, sem esquecer a utilização adequada da água, incluindo a sua reutilização quando possível ", afirma o diretor da Unidade Tecnológica de Sustentabilidade do centro de tecnologia da Eurecat (membro de Tecnio), Miquel Rovira.

Segundo ele, "o consumidor compra cada vez mais do ponto de vista ambiental e entende que a marca respeita o meio ambiente", coincidindo com as tendências do estilo de vida que "colocam em primeiro plano a preocupação com a saúde do planeta e o bem-estar das pessoas ", embora "às vezes sejam eixos difíceis de combinar, onde ainda há muito trabalho por fazer, tanto do ponto de vista dos processos de fabricação como da consciência social ".

Congresso Tech4Good

Essa perspetiva foi a espinha dorsal da segunda edição do Congresso Tech4Good, que se realizou em Barcelona no dia 13 de Junho, onde especialistas internacionais falaram, a convite da Eurecat, sobre as chaves da economia circular, desde a perspetiva da sustentabilidade e da saúde.

Nesse cenário, o setor da nutrição e da saúde "preocupa-se muito com a sustentabilidade, porque o cliente o pede e o associa cada vez mais com a qualidade do produto", pelo que "os produtos sejam produzidos, cada vez mais, tendo em conta o aspeto ambiental ", afirma o diretor da Unidade de Sustentabilidade da Eurecat.

No entanto, especifica, "está a decorrer um consumo intensivo de recursos que aumentará se temos em conta o crescimento exponencial da população e isso é um problema, porque os recursos são finitos e haverá uma competição para o acesso, causando um aumento do seu preço, paralelamente ao impacto ambiental gerado pela sua extração ou produção".

O impacto sobre o meio ambiente "não é apenas uma questão de consciência, mas também as empresas devem responder a esse pedido social se quiserem continuar a vender e ter acesso a matérias-primas a um preço razoável", dado que "o efeito da sua atividade sobre o meio ambiente é cada vez mais valorizado do que a própria marca", destaca o presidente da Eurecat, Xavier Torra, que abrirá esta segunda edição do congresso Tech4Good.

Segundo Torra, "os compradores querem que um produto seja ao mesmo tempo bom e sustentável, e isso representa também um desafio para o estabelecimento de indicadores de sustentabilidade que, ao mesmo tempo, revelam o seu lucro ambiental, social e económico".

As empresas "são muito solicitadas, porque devem ser competitivas, sustentáveis ​​e vender produtos que oferecem ao consumidor o que ele quer e a inovação tecnológica é fundamental em tudo isso", destaca o presidente da Eurecat.

A economia circular, acrescenta, "procura mitigar esse problema e prolongar a vida dos recursos", num contexto "em que o consumidor exigirá mais sustentabilidade", o que "implica ser inovador sem perder de vista as exigências em relação aos desempenhos dos produtos. "

O Congresso Tech4Good é patrocinado pela Grifols, com o apoio do Departamento de Agricultura, Pesca e Alimentação da Generalitat de Catalunha, dentro do Plano Anual de Transferência Tecnológica de 2019.