Distribuição
A digitalização revolucionou a gestão hoteleira e as ferramentas como o PMS e os Channel Managers são essenciais para otimizar operações e rentabilidade: Entrevista a Mews e SiteMinder
23-04-2025 . Por TecnoHotelPortugal
No TecnoHotel OnTour Granada, Maria García, Senior Business Development Manager da SiteMinder, e Malvina Costela, Sales Manager Iberia da Mews, analisou a importância de integração entre sistemas, automatização de processos e estratégias de distribuição mais eficazes para os hotéis.
Os hotéis necessitam de ferramentas flexíveis que lhes permitam gerir as suas operações de forma eficiente. María García explicou como a SiteMinder, uma das Channel Managers mais reconhecidas do mundo, ajuda os hotéis a otimizar a sua distribuição:
"A nossa plataforma permite criar um ecossistema personalizado, diversificar a sua oferta e especializar-se em mercados ou segmentos específicos."
Por sua vez, Malvina Costela realçou que o Mews vai além de um simples PMS: “Tradicionalmente, os PMSs focavam-se na gestão de quartos. Mudámos o foco para o hóspede. Queremos que o hotel construa uma relação com o hóspede e personalize a sua experiência.”
Uma das chaves para o sucesso destas ferramentas é a integração perfeita entre ambos os sistemas. “A nossa ligação com Mews é quase perfeita, completamente bidirecional e automática”, disse María García. Isto permite que quaisquer alterações na disponibilidade, tarifas ou restrições sejam atualizadas em tempo real, minimizando erros e reduzindo riscos como o overbooking ou a disparidade de preços.
— Estratégias para maximizar o rendimento e evitar erros
Um dos maiores desafios na distribuição hoteleira é a disparidade de tarifas e o overbooking. Costela enfatizou a importância de ter um PMS que permita um trabalho eficiente: “A equipa deve ser capaz de gerir tudo a partir de uma única plataforma.
Seja do PMS ou do Channel Manager, o fundamental é que os sistemas comuniquem em tempo real.”
Para minimizar estes riscos, García explicou que o SiteMinder tem regras de desempenho que podem ser acionadas em períodos de elevada procura: "Se houver apenas alguns quartos disponíveis, podemos programar o fecho da venda em todos os canais, exceto no site do hotel, evitando assim o overbooking e impulsionando as vendas diretas". Além disso, a plataforma oferece relatórios de paridade.
Preços: “Se detetarmos que o preço de um canal é inferior ao estabelecido no site do hotel, o sistema envia um alerta para o corrigir”, acrescentou García.
Mas além de evitar problemas operacionais, a integração entre ferramentas é também fundamental para maximizar a receita. García destacou o impacto do efeito Billboard: “Ao estar presente em várias OTA, o hotel aumenta a sua visibilidade.
Muitos viajantes pesquisam hotéis no Google e acabam por reservar no seu site, o que melhora a rentabilidade.”
Por outro lado, Costela enfatizou a importância de otimizar as operações internas para gerar mais receitas: "Se um PMS automatizar tarefas administrativas, a equipa pode concentrar-se em melhorar a experiência do cliente e gerar mais upselling.
Saber que um hóspede desfrutou do spa na sua última visita permite-nos oferecer essa experiência novamente de forma personalizada.”
— Para além do quarto: monetizar outros espaços
Outro aspeto fundamental para melhorar a rentabilidade é deixar de pensar apenas em vender quartos. Costela propôs uma visão mais abrangente: "Os hotéis podem rentabilizar outros espaços, como parques de estacionamento, terraços ou salas de reunião, maximizando a sua rentabilidade."
Além disso, a automatização de processos também desempenha um papel fundamental. “Durante épocas de grande procura, gerir reservas e cancelamentos manualmente pode ser caótico”, explicou Costela. "Um bom PMS permite programar regras de faturação flexíveis, aplicar políticas de cancelamento sem intervenção manual e melhorar a segurança do pagamento."
— Soluções integradas ou especializadas?
Hoje em dia, muitos hotéis questionam-se se é melhor optar por uma solução de 360 graus ou ferramentas especializadas. Tanto García como Costela concordaram que a especialização é a melhor opção. "Ninguém consegue ser o melhor em tudo. É por isso que trabalhamos com parceiros especialistas em cada área", explicou Costela.
No entanto, também reconheceram que alguns hotéis poderiam beneficiar de soluções integradas. "Se uma suite 360 satisfaz todas as suas necessidades, é também uma opção válida. O importante é que o sistema possa crescer e adaptar-se às necessidades do hotel", disse García.
Para ilustrar o impacto da tecnologia na rentabilidade hoteleira, García mencionou a história de sucesso da Casa 1800 Hotels: “Começaram a trabalhar com a Mews e a SiteMinder para modernizar as suas operações, que estavam algo estagnadas. A flexibilidade e as integrações permitiram-lhes melhorar a sua estratégia de vendas e otimizar as suas operações diárias.”
— Perder o medo da mudança: a chave para a inovação
Quando se trata de implementar novas tecnologias, muitos hoteleiros hesitam por medo de mudanças. Costela deu um conselho claro: "Pergunte à sua equipa como gastam o seu tempo. Se estão a gastar muitas horas em tarefas repetitivas em vez de melhorar a experiência do cliente, está na altura de mudar."
Por sua vez, García enfatizou a importância de confiar nas equipas técnicas: "Os nossos developers estão em constante evolução para adaptar as nossas ferramentas às novas necessidades do mercado".
Em última análise, a tecnologia mudou a forma como os hotéis gerem as suas operações e distribuição. Ter sistemas integrados, automatizar processos e otimizar estratégias de vendas é essencial para melhorar a rentabilidade e oferecer uma melhor experiência ao cliente.